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Nos primeiros tempos da minha conversão eu julguei que viver unido a Jesus era estar sempre a pensar n’Ele e nas coisas do Seu Reino. Julguei também que seria eliminar, um a um, todos os meus defeitos, por exemplo a dispersão do meu espírito, justamente para me manter concentrado vinte e quatro horas por dia em Jesus. Enfim, eu não queria largar mais o Jesus por Quem me tinha literalmente apaixonado.
Isto é, eu estava farto de saber e de pregar aos outros que Jesus era verdadeiro Deus incarnado, mas nunca tinha vivido o que sabia e pregava. Claramente, Jesus permanecia, ao nível da minha experiência existencial, fora da nossa vida concreta, isto é, desincarnado, a partir do momento em que morreu e foi sepultado, há vinte séculos. E, pela amostra, é assim que toda a Igreja vê Jesus hoje em dia e desde o tempo, muito longínquo já, em que deixou as catacumbas: Deus incarnado é uma doutrina que se sabe de cor e se prega muito, mas de que não se tem a mínima experiência íntima. E é esta experiência que altera radicalmente a nossa relação com Deus, com as outras pessoas, com todos os outros seres: com Deus, torna-nos verdadeiros filhos; com as outras pessoas torna-nos verdadeiros irmãos; e até com todos os outros seres nos torna irmãos, na medida em que os sentimos todos Carne da nossa Carne. E, o que é mais espantoso, passamos a sentir isto tudo sem ser necessário lembramo-nos expressamente de Deus a toda a hora, nem eliminar à bruta os nossos defeitos, que provavelmente permanecerão até à morte, acrescidos de outros que entretanto adquirimos.
Porque Deus Se fez um de nós para sempre, verdadeiramente, exactamente!
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