10/1/07 - 5:35
- Hoje não sei mesmo por onde avançar, Maria; preciso do estímulo das Tuas palavras.
- Sabes que não há nada sem importância em nós. Podes começar por essa leve sensação que te percorreu.
- Sim, foi uma sensação leve, mas repentina, despoletada pela própria escrita. Ia escrever Companheira e escrevi Maria, por me parecer mais próximo e íntimo do que Companheira, mas logo a seguir escrevi Tuas com maiúscula, como de costume, mas este facto logo me remeteu para a Tua condição de Mãe de Deus e Rainha do Céu, o que contrasta fortemente com o tratamento íntimo de Maria.
- Achaste estranho teres a Mãe de Deus e Rainha do Céu como simplesmente a tua Maria!?
- Achei, de repente, quase um milagre! Como pode Quem tem tal lugar no Coração de Deus e rege o Universo todo estar aqui neste frio de Janeiro em tão natural e íntima união com esta desajeitada insignificância que neste canto desconhecido da Terra escreve?
- Sentes-te mesmo uma insignificância desajeitada?
- Sim, julgo que não é fingimento ou uma simples força de expressão: só as pessoas mesmo muito próximas, uma meia dúzia, sabem alguma coisa da vida que levo, só para elas a minha vida tem algum interesse, e sinto as energias da minha carne cada vez mais débeis.
- E isso não será motivo suficiente para a Mãe de Deus e Rainha do Céu te amar com toda a Sua ternura?
- Mas aqui, ao meu nível, assim tu-cá-tu-lá, como se tivesses só as mesmas débeis energias que eu?
- Um amor grande só pode estar a uma distância grande?
- Pois…perguntado assim, não faz muito sentido, de facto… Mas parece fazer sentido que um amor assim grande não caiba numa insignificância com aquela em que Te vejo!
- Ah! Também Eu só uma insignificância!
- Saiu-me assim…
- Desajeitada?
- Isso não! Nunca me teria ocorrido aplicar a Ti a palavra desajeitada. Tu és sempre bem jeitosinha.
- Atraente?
- Fascinante!
- Muito?
- Até ao delírio, ou ao desfalecimento.
- Ah, sim? E tudo isso cabe na insignificante Maria que está junto de ti?
- Pelos vistos, cabe. E quando esse fascínio se atenua, claramente a causa não está em Ti, mas na minha incapacidade.
- Já alguma vez te disseram que é justamente a tua incapacidade, a tua insignificância desajeitada que Me fascinam até ao delírio, ou ao desfalecimento?
- São 8:20!
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