4/1/07 - 6:08
- Maria, diz-me: não é perigoso isto de eu me convencer de que tudo quanto faço é bom?
- Claro que é muito perigoso; na verdade, é muito mau. Nunca te foi dito que tudo quanto fazes é bom; pelo contrário, o que te temos repetido continuamente é que tu pecas “sete vezes ao dia” e já sabes o que isto significa…
- Sim, que estou continuamente fazendo asneiras, autênticas injustiças, verdadeiros males.
- Dá um exemplo.
- Quando, recentemente, eu não tive em consideração que o meu cunhado estava doente e respondei na mesma moeda às suas provocações, fazendo-nos voltar à situação conflituosa de sempre, depois de uma tentativa, da parte de ambos, para acabar com o conflito.
- Mas, ao que Me consta, tu não consideraste mal o que fizeste!
- Eu disse que não consegui evitar o que aconteceu e admiti até que talvez fosse pior evitá-lo.
- Deixa ver se entendo: tu fizeste um mal mas, se o tivesses evitado, provocarias um mal pior!?
- Sim, foi isso que Jesus me explicou.
- Então agora tenta também tu explicar a toda a gente o que Jesus te ensinou.
- Não é possível, na situação em que nos encontramos, fazermos só o bem: nós estamos profundamente deformados. Podemos por isso dizer que cada movimento nosso, seja físico, seja mental, é um movimento de deficiente profundo: até esteticamente está, portanto, fazendo mal a quantos connosco se cruzam, enquanto tornam feio o que seria belo. Esta disformidade é de tal maneira já estrutural, que até o bem já não é possível fazê-lo sem incomodar, sem ferir, sem violência.
- Numa carícia, por exemplo, que mal pode haver?
- Para além de poder sair desajeitada ou num tempo inoportuno, ela pode ser até perversa, se for feita pelo impulso da posse, o que acontece muito mais frequentemente do que julgamos, porventura mesmo sempre.
- Não há, portanto, outro remédio senão usar o mal para fazer o bem!?
- Não há outro remédio senão agirmos conforme estamos; importa apenas que no nosso coração esteja acordado já o Amor; então, impelidos por ele, façamos os que fizermos, todos os nossos movimentos, mesmo os violentos, farão o Bem.
São 7:50!
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