- 11:42:38
A incapacidade que sinto neste momento é tal, que nem de ter Fé me julgo capaz. E, a ser assim, eu não deveria sequer iniciar este texto, já que é suposto ser ele, desde a primeira letra, desde o próprio titulo numérico, Palavra viva de Deus, que só pela Fé alguém pode transmitir.
Mas eu, dominado pela sensação de que nem capaz sou de ter Fé, continuo a escrever. E nem sequer admito em mim a mínima possibilidade de, ao menos conscientemente, eu ofender Deus, o que seria o caso se eu continuasse a escrever convencido, por uma qualquer via, de que não vem de Deus o que estou escrevendo. A Fé pode, portanto, existir na própria sensação de não ter Fé! É mesmo nesta extrema indigência que está a essência da Fé: ela nasce justamente onde as nossas capacidades entram em colapso.
Esforço-me por continuar a escrever, à procura, talvez, das raízes da Fé, mas o meu espírito, cansado, distrai-se e divaga.
- Maria, não consigo escrever mais, se me não vieres ajudar.
- E qual é o teu mais forte desejo neste momento?
- Dizer às pessoas que nunca desistam de ver um dia despertar-lhes no coração a Fé verdadeira, aquela que arrasa montanhas com uma só palavra.
- E uma Fé assim é aquela que nasce onde já nem há forças para a procurar?
- Sim, a Fé é um Dom absoluto. Não se consegue à força de planos e de esforços.
- Mas tu falaste em nunca desistir…
- De ver, apenas. De ver um dia surgir no coração a Fé, a única força que nos pode tornar felizes.
- O que é não desistir de ver?
- É querer muito. É esperar muito. É pedir muito…
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