6/11/96
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Escrevi já algures que, nesta autêntica
revelação em que Jesus Se tornou para mim a partir de Agosto 94, o que mais me
surpreendeu não foi o Ele ser Deus, que isso eu já admitia, desde sempre, sem
constrangimento; a grande surpresa para mim foi o verificar que Ele é verdadeiro homem, em tudo igual a nós,
excepto no pecado, mas não nas suas consequências. E foi sobretudo esta
surpresa e o meu assombro perante a Humanidade de Deus que passei a registar,
até hoje, nestas páginas: ser Deus um Homem verdadeiro, feito da mesma carne
miserável que nós, caminhando penosamente entre apreensões e dúvidas como nós,
enervando-Se e revoltando-Se como nós, necessitado de solidariedade e de
consolação como nós, espantando-Se como nós, chorando de dor e de ternura como
nós, comendo e bebendo como nós, a ponto de ser insultado de comilão e
beberrão, traído no Seu amor sincero e ingénuo pelos próprios amigos, como nós,
tantas vezes, achincalhado na Sua mais íntima personalidade pela galhofa
grosseira e sádica, coisa que também a nós já aconteceu várias vezes, mas que
nós até tentamos disfarçar e esconder, por vergonha, torturado psicológica e
fisicamente, tortura autêntica, às mãos de carrascos autênticos, como milhões
de nós, a que podemos juntar a tortura das doenças e deficiências que a todos
nós se agarram ou agarraram já, aqui e ali, na vida, frustrado como nós, na Sua
ingenuidade e confiança nos semelhantes, sonhador desiludido, mas sempre de
novo acordando no dia seguinte com novo sonho arrancado ao fundo dos escombros,
igualzinho a nós – é isto tudo que me põe literalmente esmagado, de tal sorte
que, se Ele não fosse ainda este autêntico Companheiro que me vai respondendo
tudo o que sabe a todos os meus porquês, eu desfazia-me em lágrimas, ou
entraria irremediavelmente num manicómio qualquer.
Deus é isto tudo, gentes, este incrível
Irmão nosso! Nada mais encontrareis nestas páginas do que isto: a história do
inexplicável amor que Deus nos tem, justamente por ser Homem, igualzinho a nós
em tudo. Com esta única diferença: este nosso Irmão é totalmente inocente!
Grama tudo como nós, sem nada disto ter merecido. Só há uma coisa que vós nunca
podereis ver nestas páginas: a explicação para isto!
Foi do meu casamento e da minha família
terrena que estive a falar: não há ataque de Satanás que Jesus não tenha
suportado. Até nisto foi igual a nós: Ele, Deus, sofreu os ataques de todos os
demónios; Ele foi o alvo do Inferno inteiro, naquilo que constituiu o maior
ataque de Satanás em toda a História da Humanidade, saldado por uma vitória
completa do Príncipe das Trevas!
Gentes, reparai nisto: Deus foi
completamente derrotado em Jesus, às mãos de Satanás! Não é figura de estilo:
contemplai aquela noite de quinta para sexta, até à tarde de sexta-feira!
Vitória completa do Adversário: corpo morto, palavras e atitudes totalmente
desacreditadas. Vede-o no abandono dos Seus mais íntimos amigos, na traição
suja de um deles, na negação do Seu mais fervoroso apoiante.
E Ele poderia naquela noite, se quisesse,
fazer aparecer ali, num repente, doze legiões de anjos com um poder de fogo
capaz de reduzir a cinzas o Inferno inteiro e queimar, no globo terrestre, toda
a maldade! Mas não o fez. Como eu não o devo tentar fazer, na minha família,
servindo-me da força, mesmo que ela seja a do direito ou a da justiça. Jesus
preparou-me para esta posição ontem: começava eu a discar o telefone para fazer
seguir um protesto contra uma multa despropositada e injusta. Nesse momento
toca à campainha um polícia com uma notificação, para que a pagasse. Por este
Sinal, Jesus disse-me: Paga-a. Cede. Dá a César o que é de César.
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