16/11/96 – 15:25:55
Nem hesitei. Esta imagem, que observei ao
tentar simplesmente ver que horas eram, imediatamente me fez pegar na caneta. A
folha que escrevo estava, “por acaso”, na Vassula e ao abrir o livro deste
Profeta ali, onde estava a folha, um impulso me pediu que lesse onde os meus
olhos poisassem. E poisaram nisto: “Vinde, pois, Meus bem-amados, vinde e
aprendei de Mim. Eu sou Amor, eu sou Paz, eu sou Misericórdia, Eu sou Perdão.
Amo-vos a todos” (2/2/87). Aqueles algarismos são um espectáculo apontando
Jesus, o Senhor das Cinco Chagas. E neste preciso momento verifico que os
títulos que Jesus Se atribui a Si próprio naquele texto da Vassula têm todos a
ver com as Chagas de Jesus: Amor, Paz, Misericórdia, Perdão.
Muito me chama o Mestre a atenção para a Sua
Cruz! Esta vigília foi uma cruz que me pesou durante todo o tempo em que estive
ajoelhado. Dir-se-ia que há outras cruzes muito mais pesadas do que esta. E há.
Eu próprio já passei por sofrimentos que julguei impossível suportar. Ouço
contar casos, perante os quais me espanto de as pessoas não terem morrido, ou
de não terem ido parar ao manicómio. O homem parece às vezes ter uma
resistência ilimitada. Mas esta resistência só me fala da força que a vida tem.
Chamam-lhe os nossos sábios “instinto de sobrevivência”. Mas esta estupenda
energia vital perde-se, na maior parte dos casos, completamente. Foi sofrimento
puro, que como sofrimento acaba.
Mas Jesus veio trazer uma força explosiva ao
sofrimento. Foi como se Ele tivesse feito do sofrimento a autêntica semente da
vida. Por isso o pequeno sofrimento desta vigília pode curar uma multidão de
almas. Basta que Ele o tenha assumido na Sua Cruz. E eu sei que o assumiu. Já
na própria vigília era essa a minha Fé. Não sei quando, não sei onde vão cair
as sementes da espiga ou das espigas que deste um ou poucos grãos de sofrimento
se vão desprender para produzirem, cada uma, novas espigas com muitos grãos.
Está-me neste momento no coração – e tudo o que me vem ao coração quando falo
com Deus é bom, é “inspirado” – que este meu pequenino sofrimento pode ir parar
ao Purgatório, multiplicado por milhares de sementes com a força de curar.
Curar é substituir morte por vida. E é por isso que Jesus me está agora dizendo
que eu posso substituir todos aqueles Seus títulos por este: Eu sou Cruz!
Não, não tenham medo os cristãos: ao
converterem-se, não vão passar a ficar tristes. Pelo contrário, a certeza da
grande seara que o seu sofrimento vai fazer brotar enchê-los-á de uma alegria
nova, tão funda e robusta, que nenhum poder deste mundo, nem as hordas
infernais todas juntas, a conseguirão abalar. Terão o rosto, talvez, sulcado de
uma ruga de dor, mas no olhar terão sempre o brilho da sua funda alegria.
Sem comentários:
Enviar um comentário