16/11/96
– 19:04:34
Acaba o Mestre de me conduzir à Vassula,
onde li, como se de repente um clarão ali alumiasse, isto: “ O Amor sofre, o
Amor tem pena, pena… Criação, Minha Criação, regressa ao Amor!” (10/6/87). E vi
aqui uma confirmação de Jesus relativamente ao que escrevi esta tarde: o Amor
sofre, tem pena, muita pena, tanta, que Se faz pequenino e pobre, Se desfaz em
Ternura suplicando à Sua criatura que regresse, que volte, porque com ela foi a
Criação inteira que fugiu da Harmonia sonhada pelo Pai.
E o
homem não quer sofrer. Por isso o inevitável sofrimento que continuamente
fabrica lhe mói a alma, o vai destruindo até ao âmago do ser. Milhões de
refugiados se movimentam hoje no mundo, tombando pelo caminho, deixando um
rasto de morte. Mas as arrepiantes imagens da televisão nada representam em
relação ao Vale da Morte atulhado de cadáveres ambulantes em que a Humanidade
se tornou. Julguei noutros tempos que isto era um exagero, eu sempre fui um
homem “optimista”. Mas levou-me o Senhor a ver a alma humana por dentro dos
corpos, ao voltar o meu olhar para dentro e mim. Foi aqui dentro que eu vi a
ruína em que se tornou o ser imortal que eu era no Princípio. E eu até sempre
estive convencido de ser um homem justo e bom!
Olho agora o relógio e se me disserem que
foi acaso, eu direi que não foi: eram 19:27:27. Está aqui o meu nome duas
vezes, no contexto do Nono Dia, o do Regresso do Senhor. E eu sinto-me
completamente encharcado, submergido nesta Vinda do meu Companheiro e Senhor. E
nela, enquanto de um lado vejo o mundo coberto de cadáveres, vejo do outro o
Dilúvio do Espírito, maior, muito maior Dilúvio do que aquando da primeira
Vinda do Redentor. Como se só agora a Redenção se fosse tornar universal em
profundidade e em extensão. Como se, na primeira Vinda, a Redenção tivesse sido
apenas a Semente que por toda a terra tivesse sido semeada e só agora lhe
irrompesse das entranhas.
Mas a Semente da Redenção – disse-mo o
Mestre ainda esta tarde mais uma vez – é a Cruz. Semeada está, pois, a terra de
Sofrimento. Mas nem todo o sofrimento brotará em árvore e fruto centuplicado.
Muito sofrimento permanecerá estéril, em decomposição. Mesmo assim virará, este
sofrimento que não dará fruto, matéria orgânica ao serviço da vida, ao
afundar-se em direcção à raiz. Assim, pela inconcebível Sabedoria e Bondade do
nosso Deus, nem mesmo este infrutífero sofrimento se perderá.
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