10/11/96 – 3:18
Fixou-se o meu espírito à imagem 18 e
senti-me desde logo envolvido pela ternura da nossa Mãe, que me amparava e me
dava coragem para me levantar. Continua Ela sendo agitação serena no meu
coração, como um grande lago, como um mar. Suspiro neste momento, coisa que já
há vários dias não acontecia, e este Sinal do Espírito diz-me que vá por aqui,
que considere Maria agora como um mar. Mas eu não sei onde com esta alegoria o
Espírito me quer levar e peço-Lhe, por isso, que me conduza pelo Mistério da
Sua Esposa, que os Sinais me mostram, desta vez, associado ao Mistério da
Trindade Altíssima.
– Vem, Espírito de Luz, e ilumina-me o
Mistério de Maria, que eu sei inesgotável. Porque me conduziste à imagem do
mar?
– As imagens falam tão alto como as
palavras. São muitas vezes mais claras do que as palavras. Vê o Meu Jesus e teu
Mestre, como usava imagens, como foi, todo Ele, imagem confirmando e ampliando
as palavras que pronunciava. Vê como ficou gravada para sempre na memória dos
homens a imagem da Cruz.
– É verdade: as parábolas, as atitudes de
Jesus parecem mais expressivas ainda do que as palavras.
– Vê: o teu Jesus é todo Expressão de Deus.
Ele é Palavra, apenas. Ele é, em verdade, O Verbo de Deus e por isso não há
n’Ele distinção entre palavra e obra, entre palavra e facto. Cada pequeno gesto
Seu revela Deus.
– Então diz-me, querida Luz viva, se eu
estou vendo bem: Jesus terá que permanecer sempre igualmente vivo nos Seus
gestos, são tão importantes, hoje também, as Suas atitudes como as Suas
palavras!?
– Sim, Meu amor pequenino. As pessoas têm
que ver Jesus hoje, como naquele
tempo.
– Então avança, Torrente querida, dentro do
meu corpo, para que todo ele se configure com o Corpo de Jesus e Lhe obedeça,
com rapidez e exactidão, ao mínimo Desejo. Faz com que todo o meu corpo se
torne, na atitude e no gesto, pura expressão de Deus. Eu sei que a nossa carne
está decaída, mas sei também que Tu és toda a Ternura de Deus amando-nos,
justamente por nos veres assim neste corpo em decomposição, assistindo à nossa
dor justamente lá dentro, no exacto sítio onde nos dói. Tu és a própria sensação da dor no nosso corpo, onde
Jesus sofre, porque no-lo assumiu assim como o temos. Mas Tu és omnipotente e a
Tua Omnipotência me empolga neste momento. Creio em Ti como Senhor do
Impossível. Sei que, pelo Teu Poder, todo o Sonho do Pai se vai realizar sem um
desvio, Tu vais ultrapassar-Lhe o próprio Sonho, porque O amas e amar é
surpreender. Por isso ressuscita depressa as minhas células, até à flor da
pele, para que qualquer leve expressão do meu rosto anuncie o Amor e a Glória
de Deus.
– Assim estou fazendo, Meu amor. Nunca te
afastes do Ensinamento do teu Mestre e em breve todos os puros de coração te
verão ressuscitado.
– Mas…não era da Tua Esposa que íamos falar?
– Foi d’Ela que estivemos falando.
– Como assim?
– Ela é a Pequenina em que se realizou o
Impossível.
– Sim… Mas a imagem do mar…
– Diz as características do mar.
– Pela sua imensidão, pelo seu azul, parece
formar uma coisa só com o céu.
– Maria é, na terra, uma coisa só com o Céu!
– O mar é também vivo e forte, tem marés
altas e baixas, tem ondas gigantes e pequeninas, parece que sempre recua, mas
sempre volta a avançar.
– Assim é a Ternura da vossa Mãe do Céu:
viva e forte. Com Ela, nunca as águas do vosso coração se tornarão estagnadas,
mortas.
– O mar é também a fonte da chuva que rega a
terra.
– Também Maria é a chuva que rega os
corações e os torna férteis para que neles germine a Palavra.
Sem comentários:
Enviar um comentário