18/11/96
– 4:54
Esta imagem pede-me muito que proclame Jesus
e por isso fiz o possível por ficar desperto. Mas são agora já 6:25, pedindo-me
também que seja Testemunha de Jesus na Sua luta contra a Besta. No entanto não
é a Mensagem dos algarismos que se me realça no espírito, apesar da sua
insistência: é o facto de ter estado este tempo todo a tentar levantar-me sem o
ter conseguido. Não sei o que fiz durante quase hora e meia. Talvez tivesse
dormitado, mas dormir mesmo, sei que não dormi: só me lembro de uma permanente
luta contra o sono e contra o frio, que é nestes dias especialmente intenso. E
não sei que pensar disto. Cá no nosso sistema de valores, eu teria muito mais
valor se, apesar das dificuldades, me tivesse levantado prontamente. Significa,
isto que fiz, no nosso conceito, preguiça e falta de coragem. Mas sinto que não
é essa a posição do meu Amigo Jesus. Não ficaria Ele mais contente se eu me
levantasse logo, para O proclamar, conforme os Sinais me pediam? Não sei.
Porque a verdade é que, se não me levantei, é porque não consegui. Não
conseguiste – responder-me-ão – porque a vontade de escrever era pouca, porque
o teu amor ao Mestre, no fundo, era pouco. E eu respondo: é verdade, era tudo
pouco; mas o certo é que não tive mais, era, de facto, assim pouco o meu amor.
Tentei, no entanto, com esse pouco, fazer o que pude, que foi, apenas, não
readormecer: se alguém me tivesse chamado, mesmo baixinho, eu ouviria.
E creio que foi isto apenas o que Jesus quis
de mim esta noite: que desse testemunho da minha fragilidade, que proclamasse
fraca esta carne que sempre Lhe ofereço para que se torne carne d’Ele e em mim
se veja a fragilidade humana do nosso Deus. Gentes, Jesus é frágil. Mesmo na
vontade, sim! A vontade humana de Jesus faz parte da Sua carne, tão frágil como
a nossa. Tão frágil, que cede perante o sono e o frio. Ah, gentes, o nosso
Deus, que conserva o poder de fazer e desfazer galáxias com um leve aceno, é
assim frágil como nós. Também na Sua carne Ele não tem valor nenhum, como nós.
Todo o valor que os homens Lhe reconheceram foi visto depois como vindo do Pai.
Não tem coragem nenhuma a minha carne, como a de Jesus não tem coragem nenhuma:
a nossa carne, a minha e a do meu Companheiro aqui do Deserto, é uma carne
decaída, trôpega, cansada, preguiçosa, sem coragem. Se com isto que tenho eu
fizer tudo o que posso, nada mais o Pai do Céu quer de mim: Ele fará o resto –
e o resto é revestir-me de imortalidade, fazendo-me participante na
Ressurreição do Seu Filho e do Seu Poder de Rei da Terra e Senhor dos mundos.
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