20/4/95 — 2:32 MB
IIPar 1, 5-20
Assim mesmo. Inicialmente ouvi “…cinco e seguintes”, mas pedi ao Senhor que me assinalasse o final do texto com precisão; rápido e determinado, ouvi: “Vinte”. Ainda não abri o Livro e há um receio em mim: e se, por exemplo, o cap. 1 não tem 20 versículos? E se o v. 20 não é final de frase e consequentemente de sentido? É que ontem à tarde estive a observar todo o contexto da citação que me foi dada. Soube então que os Livros dos Paralipómenos ou das Crónicas inicialmente eram um só e portanto, assim considerados, a citação até estaria correcta. Mas não me saía da cabeça a possibilidade de eu apenas não ter ouvido “segundo”: seria então, correctamente e de forma completa, “Segundo dos Paralipómenos, cinco, dezanove”. Era enorme a tentação de ir verificar. Mas eu tinha receio: podia ser pura curiosidade minha, podia estar a pôr Deus à prova, sei lá… No entanto a tensão aumentava de forma estranha. Pedi ao Senhor: Deixa-me ir ver. E a sensação que obtive como resposta, foi esta: vai verificar, se é isso que queres… Fui verificar: o cap. 5 do segundo Livro dos Paralipómenos não chega ao versículo dezanove! Fiquei feliz e agradeci ao Senhor: acabou, em verdade, por estar correcta a citação e o contexto por me remeter para o cuidado de Deus com o Seu Povo, o prodigioso crescimento da Descendência de Abraão e a Fé deste Povo no Seu Deus. Associei isto então à Igreja renovada segundo a Vontade do Senhor que está para vir.
O cap. 1 de II Par já sei, do estudo que fiz ontem, que fala do rei Salomão. É, pois, com expectativa que vou, só agora, abrir o Livro.
– Jesus, que me estás a fazer? Porque permites uma coisa destas? O cap. 1 do Segundo Livro dos Paralipómenos não chega a ter 20 versículos! Termina no 17!!! Não é possível, Jesus! Isto põe em causa todos estes Escritos! Porque deixas o Demónio fazer-me isto? Sabes o que estou pensando: se eu, neste caso, posso verificar o erro, quem me garante que não há outros erros que eu não posso verificar?
— Eu. Eu, Salomão. Não to garanti ontem?
— Mas porque o permitiste hoje? É que hoje não há sequer imprecisão: é mesmo um erro!
— Não é um erro; é só uma deficiência de audição.
— Mas eu acreditei no que ouvi; eu acreditei numa “deficiência”!
— Tu acreditaste em Mim; não na deficiência.
— Não entendo.
— A deficiência é tua; a Fé é Dom Meu.
— Mas isto põe em causa estes Escritos! Não há “deficiências” também nas Palavras que ponho na Tua Boca, até nas que ponho na minha boca e que igualmente creio terem vindo do Espírito?
— Há, sim, há várias deficiências de audição: o teu ouvido é ainda imperfeito e o demónio aproveita-se desse facto.
— Mas então?…
— Então quê, Salomão?
— Então se há deficiências de audição…
— …
— Responde, Jesus! Que me estás a fazer? Não me deixes assim…
— É a Fé que salva.
— Sim. E…?
— E nada do que ficou escrito te condena.
— Mas… e as deficiências?
— São tuas. Estas e todas as outras. Não é só ao escrever que mostras deficiências.
— Eu sei, meu Senhor, mas então onde está a Verdade destes Escritos?
— Em Mim!
— Não entendo.
— Que te diz o texto que há pouco te dei a ler?
— Começa com o rei Salomão oferecendo sobre o altar em Gabaon um sacrifício de “mil holocaustos”. Diz depois que “durante a noite Deus apareceu ao rei e disse-lhe: ‘Pede o que desejares, Eu to darei’”. Foi então que Salomão fez ao Senhor o célebre pedido que levou o meu pai a pôr-me também a mim o nome de Salomão: “Concedei-me a sabedoria e a inteligência, a fim de que saiba conduzir este povo; porque, quem poderá governar este tão grande povo?”(v. 10).
— Continua. Que leste mais?
— O Teu Dom: “Já que este é o desejo do teu coração e não pediste riquezas, nem tesouros, nem glória, nem a morte dos teus inimigos, nem uma vida longa, antes pediste sabedoria e inteligência, a fim de bem governar o povo do qual te fiz rei, concedo-te a sabedoria e a inteligência; além disso dar-te-ei também riquezas, tesouros e glória tais, como jamais possuíram os reis teus predecessores e jamais possuirão os sucessores”(vs. 11-12). Pronto, Jesus. E agora?
— Agora que me queres pedir?
— Que me resolvas o problema do versículo vinte.
— Qual é o teu problema?
— Não há nenhum versículo vinte neste capítulo!
— E precisas dele, do versículo vinte?
— Não!
Respondi tão rápido que fiquei especado: não esperava aquela pergunta de Jesus. Com ela, Ele disse tudo. Está-mo dizendo, aliás, já quase desde o início do meu “problema”, mas eu queria que Ele mo explicasse melhor, que me tranquilizasse completamente.
— E estás completamente tranquilo, agora?
— Acho que sim…
— Achas?
— Eu sou muito frágil… Tenho sempre alguma dúvida… Leva a minha Fé à perfeição, Jesus!
— Qual é a tua dúvida?
— Não é nenhuma, agora. Sinto-Te aqui pertinho de mim e que me amas muito.
— Então quanto às deficiências…
— Já percebi… julgo que já percebi: as minhas deficiências não atingem, nunca atingiram o essencial. Aquilo que é objecto de Fé não contém erro. Tu amas-nos com as nossas deficiências. A Bíblia está cheia de deficiências humanas! Gostei tanto daquela, Jesus!: “Precisas dele, do versículo vinte?”! Não, não faz falta nenhuma, meu incrível Mestre! Acabas de me dar uma lição sobre a inspiração bíblica, sobre o Teu admirável Amor que não espera que estejamos perfeitos para vir até nós, que consegue comunicar, límpida, a Verdade, através das nossas deficiências! Ah, Jesus, Tu nunca falhas, meu Senhor! Olha, deixa-me dizer-Te: eu estou à espera que me faças uma pergunta.
— Então responde.
— Sim. Só Te peço sabedoria e inteligência para governar o Teu Povo.
— O rei Salomão contentou-se em “conduzir”…
— Perdoa, Jesus. Estás a brincar!
São 4:28!
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