A partir do texto 1200, as mensagens são retiradas do sétimo
volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”. Sempre tendo em
fundo o Deserto por nós fabricado, continua a revelação dos mais insuspeitados
Mistérios…
Ah, se víssemos com os Olhos de Deus! Se víssemos Jesus com os Olhos do
Seu e nosso Pai! Parece um grosseiro exagero o que diz a mensagem seguinte. Mas
bem-aventurados aqueles que virem Jesus como Ele Se vê a Si próprio neste
mundo…
18/7/96 – 3:14
– Que região tão tenebrosa é esta, Mestre!
Não só a que atravessamos neste momento, mas toda aquela em que desde o
nascimento vivemos! E tão vasta! Quando lhe veremos o fim, meu Senhor?
– Tu já o sabias. Porque dizes isso agora?
– Porque lhe estou avaliando melhor agora a
escuridão e o tamanho: desde o nascimento que Te procuro e só tacteando tenho
caminhado até agora, um alvoroço só, no coração, de vez em quando, a dizer-me
que vou bem, que é por aqui… Mas ver-Te, não vi ainda!
– Eu também não.
– Como?
– Também não Me vi ainda!
– Não Te vês a Ti próprio?
– Sim. Há séculos Me procuro nesta escuridão
e não Me encontrei ainda!
– Mestre, não me deixes fazer mistérios onde
eles não existem! Não me deixes fazer literatura! Desenvencilha-me aquelas
palavras.
– Porventura uma Chaga viva sou Eu?
Porventura um montão de carne podre sou Eu?
– E é só isso que de Ti aqui encontras, aqui
na terra?
– Não é? Pára um pouco, senta-te aqui, Meu
amigo, e diz-Me: que vês de Mim?
– Muito pouco: quase só a Tua Voz. De resto,
só uma silhueta muito leve.
– Vês a Minha Voz?
– É o coração que a vê. Creio que o coração
só vê. Também a Tua figura, os Teus gestos, o Teu ar sereno, ou à vezes triste,
ou às vezes zangado, tudo o que do Teu Corpo vejo, também é só com o coração
que o vejo, e mal.
– Meu querido amigo, que mal Me vês ainda! E
não Me vês chaga e podridão?
– Não, acho que não tenho conseguido ver-Te
assim. Como posso ver-Te chaga e podridão, se só Doçura de Ti me tem vindo?
– De uma Silhueta leve, de uma Voz, apenas?
– E Voz quase sempre muito frágil, quase
inaudível, às vezes.
– E só Doçura te tem vindo de um Ser assim
tão frágil e leve, inexistente quase, às vezes?
– Tenho sofrido muito, também.
– E o Sofrimento, não te vem ele de Mim
também?
– Vem-me quase sempre por Tua causa.
– Não sabes porquê?
– Porque Tu és também chaga e podridão?
– Não o tinhas notado ainda?
– Não. Desta maneira, não. Não tinha visto
como vejo agora.
– Diz então o que vês agora.
– Vejo que foi através do Teu Corpo chagado
e apodrecido que cheguei à Tua Doçura.
– E agora, Meu pequenino, vamos continuar?
Vens?
– Vou sim, Mestre, até que o Teu Corpo fique
são. Deixa-me levar a Tua Doçura até à podridão que nos recobre: só ela conseguirá
curar todas as células, as podres mesmo, aquelas que entraram já em
decomposição! Havemos de curar o Teu Corpo, Jesus!
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