A palavra Diabo, de origem grega, significa
“aquele que se atira para o meio de qualquer coisa, dividindo-a”. Poderíamos,
assim, traduzi-la por Divisor. Trata-se, portanto, não de um conceito, não de
uma abstracção, mas de alguém bem individualizado e personalizado, obcecado em
dividir…para reinar. Veja aqui porquê.
17/7/96 – 1:55
É tremendo, hoje, o bloqueio à Voz de Deus.
E quase vejo a cena. Especialmente personalizados me aparecem hoje os espíritos
maus. São muitos, feitos de névoa em forma de esfera, comandados por um outro,
uma esfera maior, que lhes dá ordens, como se os estivesse a mandar tomar
posições. O ambiente geral é de algazarra. O chefe parece ter alguma
dificuldade em coordenar todo aquele bando, em fazer-se obedecer…
A imagem pode parecer ridícula: é evidente
que os demónios não são bolas de névoa. Mas creio que foi uma maneira que o
Senhor escolheu para insistir nesta verdade importante: o Demónio não é uma
qualquer inclinação abstracta do homem para o mal; existem os demónios como seres
claramente personalizados, com vontade e capacidade de intervenção próprias. E
mais uma vez o Mestre me está inculcando este princípio fundamental da Sua
Revelação: tudo o que Deus faz é definitivo! O que Deus arrancou ao Nada, nunca
mais ao Nada torna. Pode a criatura assumir formas várias, passar por mutações
as mais diversificadas, mas nunca mais deixa de existir. Ora os demónios são
criaturas espirituais, bem delimitadas e personalizadas, dotadas de livre
arbítrio e que por isso mesmo um dia no tempo se rebelaram contra o seu
Criador. Fazem parte deste imenso exército sob a chefia de Satanás também todos
aqueles homens cujo espírito, separado do corpo à hora da morte, optou
definitivamente pela Rebelião.
– Jesus, ajuda-me, que eu estou a falar de
um mundo que nunca olho humano viu.
– Desse mundo que nunca olho humano viu vens
tu falando desde o nosso encontro e enchendo milhares de páginas.
– É verdade, Mestre! Como pôde isto ser?
Como me atrevo eu a dar testemunho escrito de tantas coisas que nunca vi? Como
queres que eu não considere, às vezes, estas folhas como pura palha destinada à
fogueira? Verdade é que, mesmo indo elas para a fogueira, eu não me sinto
merecedor de ir com elas, por um qualquer sacrilégio cometido. Tu sabes, Mestre,
que embora a minha ambição seja desmedida, nunca eu conscientemente Te
ofenderia, ou mesmo avançaria levianamente para a escrita das Tuas palavras.
Como agora, Tu vês-me sempre possuído de temor, pedindo-Te ajuda todas as vezes
que o Mistério me não está ainda claramente iluminado pela Tua Luz. Fala,
Mestre.
– Já se foi o Demónio e os seus anjos?
– Parece que sim: está tudo silencioso,
agora.
– Queres então avançar mais um pouco no
Mistério da Iniquidade?
– Eu curiosidade de avançar por aí não tenho
nenhuma, mas se Tu assim o quiseres, eu fico feliz.
– Sabes porque te têm aparecido os demónios
fazendo barulho?
– Sim. Muito irrequietos, desordenados.
Porquê? Discutem?
– Tal como os homens sobre a terra.
– É mau discutir? Da discussão nasce a luz!
– dizemos nós.
– Satanás encheu a Cidade de respeitáveis
princípios.
– Este é um deles?
– Não está claro, Meu pequeno profeta, que
este princípio se destina a manter-vos sempre fora da Minha Paz?
– Ah! Satanás canoniza a sua iniquidade!?
– Não sabes já que todo o seu esforço se
dispende no arranjar uma fachada respeitável? Para promover a podridão que por
baixo alastra, não precisa ele de fazer esforço.
– Agora mesmo me tocou a Tua Luz, Mestre: as
Tuas igrejas não se unem porque discutem!?
– E porque discutem, Salomão?
– Porque se apropriaram do que era Teu, cada
uma do seu pedaço.
– Da discussão em que estão envolvidas há
tantos séculos viste já nascer alguma luz?
– Acho que se amontoaram as trevas. Cada uma
se foi demarcando da outra, como se estivesse construindo uma cerca, grossas
muralhas por vezes, para defender o pedaço de Vinha que Te roubaram. Os tímidos
passos que agora se estão dando para a união resultam da pressão dos simples,
dos que, em vez de discutir, rezam.
– Ou oram…
– Pois, Mestre, vês? Até a isso eles se
prendem.
– Conta.
– Falei com o pastor da igreja Pentecostal e
quando eu disse “rezar”, ele logo me esclareceu: “Nós não dizemos rezar;
dizemos orar”. Entendi que, para eles, dizer “rezar” revela o inimigo ou pelo
menos o vizinho do apartamento ao lado, com quem não queremos misturas, muito
menos intimidades! E era tão fácil unirmo-nos, Mestre, na Tua intimidade!
– Diz então, mais uma vez, qual é o Meu
caminho para a União, Meu querido amigo.
– É os católicos rezarem e os protestantes
orarem…. Se fizerem isto, achar-se-ão unidos no coração, porque rezando ou
orando serás Tu, o mesmo Amor, que inundará os corações.
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