A partir do texto 1200, as mensagens são retiradas do sétimo
volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”. Sempre tendo em
fundo o Deserto por nós fabricado, continua a revelação dos mais insuspeitados
Mistérios…
Não
há ninguém que não goste de música. Porque será?
16/7/96 – 2:46
– Jesus, se não vieres dialogar comigo, não
dou um passo daqui para fora.
– Para fora de onde?
– Deste território onde Tu não estás.
– De que é então feito esse lugar?
– De muitas vozes em confusão. De secura. De
frieza.
– Que vozes são essas que, sendo muitas, não
dão vida nem calor a esse lugar?
– São vozes desencontradas, vozes de
espíritos em multidão.
– Vozes de espíritos?
– Sim. Estes seres são só voz: Não lhes vejo
nenhum corpo. Foste Tu, aliás, que me levaste a chamar-lhes espíritos.
– Diz como sabes que fui Eu.
– Veio-me assim, e ao tentar dar-lhes outros
nomes, nada me ocorria.
– E isso é um processo Meu de revelar
coisas?
– Sim. Ao bloqueares-me o espírito frente a
outras possibilidades, seleccionaste a palavra ou expressão mais exacta.
– Vamos então continuar?
– Vamos, Mestre. Parado é que eu não me dou.
– Diz-Me então porque não havia vida nem
calor nesse território onde as vozes se ouviam.
– Creio que era por causa da confusão.
– Na confusão não há vida?
– Não. A desordem isola os vários elementos
de um todo, não permitindo que a vida circule. E a vida, não circulando, morre.
– E na confusão não há calor?
– Não. Também o calor só da harmonia pode
nascer.
– Porquê?
– Porque a harmonia é cântico e a confusão é
ruído.
–
Calor é cântico, é música?
– O calor de que falo, é.
– Então não abrasa, não consome?
– Não: alimenta.
– A música alimenta?
– Há um mistério na música: parece que a
procuramos com tanta ânsia como o alimento para o corpo. Não há ninguém que não
goste de música.
– Então música e ruído não combinam!?
– De modo nenhum.
– Então música é silêncio?
– Que giro! Nunca tinha pensado nisso. Às
tantas é mesmo silêncio.
– O que poderá ser então o silêncio?
– Música que se ouve?
– Tantas vezes tu próprio falas no silêncio…
Que tem o silêncio dentro?
– Ah! Tem o contrário do barulho fora, com
que a Cidade nos enche os ouvidos.
– Que tem dentro o silêncio, Salomão?
– Deus. Deus é o Silêncio.
– Que ouviste agora mesmo?
– Ao recostar um pouco a cabeça sobre a
cama, senti as batidas do coração. Ah, Mestre, sempre vais ter ao coração!
– Sempre vou ter ao Silêncio.
– São 4:15 horas. Vê com que me entretiveste
durante hora e meia!
– Foi inútil, esta conversa?
– Só Tu o poderás dizer. Tu és o Amigo mais
inesperado que conheço. Sabe-se lá onde Tu irás tocar com esta conversa leve…
Para já preencheste-me hora e meia de vazio com música.
– E a confusão do início?
– Ainda não a entendi. Que espíritos eram
aqueles, Mestre?
– Foi só uma reduzidíssima visão das hordas
de Satanás.
– Apesar do barulho, Satanás não tem o seu
exército organizado?
– A ordem do Demónio é a ordem da Cidade.
Não a conheces bem? A ordem do mundo é uma máquina que ao andar faz barulho. Mesmo
que os engenheiros lhe apliquem silenciadores, não deixarão as entranhas da
máquina de fazer o mesmo barulho. Barulho é desordem. A vida não faz barulho.
– Faz música?
– Sabes agora porque anseiam os homens por
música?
– Ah! Por isso Tu chamas à Profecia da
Vassula Hino! O Teu Hino de Amor!
– E não ficou já escrito nestas páginas que
Eu sou Cântico?
– Ficou. E ficou escrito que Tu estás
compondo o Nono Andamento do Cântico dos Cânticos – o da Sede do Amor. Amor
sensual.
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