Pois não: Se não és frio nem quente, Eu te vomitarei da Minha boca para
fora! – diz o nosso Mestre. Há mesmo dois lados totalmente inconciliáveis. É
preciso fazer a opção por um deles…
14/9/95
– 8:26
Já me
disseram um dia: és fundamentalista! Não há só branco e preto; há uma série de
cambiantes e matizes entre os dois extremos! Eu calei-me na altura: não soube
responder com palavras, mas no meu coração estava já avançando, luminosa, a
resposta, afastando irremediavelmente as trevas do Embusteiro que escondiam a
maldade daquela acusação. Se fosse agora e se eu tivesse dentro de mim a
coragem de Jesus, responderia assim: Porque me tentais, hipócritas? Não dizeis
vós próprios que o branco é a síntese de
todas as cores e que o preto é a ausência de cor? Não dizeis vós que a luz é
branca, porque é feita de brilho de todas as cores? Eu sou meio daltónico, mas
vós não; vós até presumis ser muito saudáveis de olhos, distinguir bem todas as
cores e matizes. Porque não vedes então a trave que trazeis diante dos olhos e
que assim vos atravanca o caminho da Luz? Tirai primeiro a trave do vosso olho
e podereis depois ajudar o vosso irmão a remover o pequeno argueiro do seu!
É verdade, gentes, há só preto e branco e a
mistura destas duas realidades dá cinzento, a cor da cinza, dos restos mortais.
Sim, gentes: só Satanás ama o cinzento, porque é a sua cor, a cor da morte. É
neste lusco-fusco que ele reduz a cinzas toda a vida que para essa zona
conseguiu fazer avançar e ali mantém. Chama ele a esta diabólica armadilha, em
especial nos últimos tempos, Tolerância. Ordenou que em todo o seu reino, na
fachada das sedes de todas as instituições, recomendou que em todos os barretes
e t-shirts, ao menos na lapela dos trajes clássicos, se colocasse, bem realçada
com maiúscula, a palavra Tolerância. A Tolerância é hoje o lema da Democracia,
o último, o mais perfeito regime que a Cidade, a Polis, inventou, sob sugestão
de Satanás, seu Príncipe.
Porque não tolerou os cristãos o tão
tolerante Império Romano? Não, meus irmãos sábios, meus irmãos democratas, só
há mesmo branco e preto e é a impossível tentativa de conciliar estas duas
realidades que vai gastando todas as nossas energias, que vai agravando o nosso
stress, que vai ampliando e intensificando a nossa dor até ao intolerável, que
vai, enfim, construindo esta ruína que se chama A Cidade, Babilónia-a-Grande, o
nosso orgulho! Pobres de nós, cegos, que pretendemos guiar os outros! Não,
gentes, não é possível conciliar trevas e luz: à medida que a escuridão avança,
desaparece a luz; à medida que a luz se intensifica, vai desaparecendo a
escuridão.
O mundo da cor está todo do lado da luz. Há
que fazer a radical opção entre o branco e preto, entre a Luz e as Trevas.
Depois sim, se escolhermos a Luz, desenrolar-se-á, perante os nossos olhos, o
espectacular espectro de todas as cores e seus milhões de cambiantes! E nada
tem esta opção a ver com a condenação ou o abandono do nosso irmão que vive nas
trevas, que insiste na conciliação, em servir ao mesmo tempo a dois senhores:
aquele que fez a opção pela Luz, fez a opção pelo Amor e não terá mais descanso
enquanto não levar a sua Luz a todo o irmão que com ele se cruze, às
apalpadelas, na Cidade. Descansai, sábios, e todos vós que tão alto levantais o
estandarte da Liberdade: o irmão que assim optou pela luz terá um profundo
respeito pelo vosso livre arbítrio e em nome da Luz que o ilumina nunca ele matará
ninguém, nunca fará derramar uma gota de sangue sequer, nem mesmo vos há-de
empurrar ou arrancar à força do vosso caminho. É natural que vos incomode com o
brilho da sua luz. É natural que ponha a nu coisas que tendes escondidas e vos
envergonham. Pode assim esta revelação da vossa deficiência e da vossa maldade
provocar a vossa raiva, levando-vos a persegui-lo, a calar-lhe a voz, a matá-lo
até. Tereis então morto um inocente, porque ele não tem culpa da vossa maldade
escondida, nem sequer tem armas com que se defenda. Só tem assim aquela Luz e
só por Ela morrerá.
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