Lembro-me desta expressão com que as pessoas na minha aldeia natal
caracterizavam o Diabo. Porque elas acreditavam na existência e na intervenção
do Diabo nas nossas vidas. Como Jesus: para Ele a existência e a intervenção
permanente do Diabo neste mundo era um dado fundamental da existência humana.
Era um facto; não uma hipótese. E assim é também para mim. Não lhe tenho medo;
tenho-lhe raiva e tenho muita pena dele.
29/6/95 – 10:32/3
Vou dizer
um sacrilégio, que me vem do coração ferido, zangado, furioso: Jesus é a
Palavra que escrevo, mais presente que nunca! Prontos, já está! Mais que nunca
eu tenho consciência da falibilidade deste meu ouvido, da prepotência alarve e
porca de Satanás, da fragilidade deste meu rabiscar. Mas repito, se for
preciso: Jesus é a Palavra que escrevo, mais presente que nunca! Escrevo isto
chorando de raiva, porque também é mais forte que nunca a minha Fé em que Jesus
está presente neste meu falível ouvido, neste meu frágil rabiscar. E estou
farto da prepotência alarve e porca de Satanás. Anda-me torturando desde que me
conheço, este porco! Se eu o apanhasse a jeito, desfazia-o!
Mas eu sei que nada posso de mim mesmo.
Disso eu tenho consciência. Por isso creio que a minha raiva é santa – e ao
escrever esta palavra volto a tremer, de raiva, pois claro, porque sei que este
porco em todo o lado se infiltra e não sabe fazer outra coisa senão
emporcalhar! Apetece-me pronunciar sobre ele as palavras solenes de Jesus,
exorcizando-o para longe e para sempre. Mas não me atrevo, não é tão grande
assim a minha Fé ou então… a minha Simplicidade. Mas creio que Ele o fará um
dia. Ele está-o fazendo todos os dias. Se lhe permite atacar-me desta maneira é
porque eu Lhe pedi que me deixasse participar na Sua Cruz e a Sua Cruz foi a
suprema Hora das Trevas: o Filho de Deus morrera; o Messias fracassara
estrondosamente!
Por isso sei que o “espírito imundo” pode
triunfar por um pouco, três curtos dias só e nesses três dias pode causar muita
dor. Mas essa mesma dor se transformará justamente na Força explosiva que fará
desmoronar o seu reino de barro e fumo! Agarrado apenas ao fiozinho da Voz que
ouço, carregado das minhas deficiências todas quando escrevo, eu sei que assim
mesmo eu escrevo a Palavra de Deus, eu escrevo o meu Jesus. Porque Ele me ama e eu quero amá-Lo
sobre todas as coisas, com todas as forças e faculdades da minha alma. Por isso
Satanás bem pode depor as armas: não me vai arrancar do coração o meu Deus. E
digo-lhe mais, a esse mostrengo alarve e porco: hei-de amar os homens e todas
as criaturas, do leão da selva até ao rochedo sobre a montanha, da águia que
voa no céu até à formiguinha que ciranda na terra, do enorme pinheiro até à
ervinha mais tenra, hei-de amar amigos e inimigos, animais, árvores e pedras, o
sol e o mar, as galáxias e a água da fonte, hei-de amar tudo quanto existe –
posso dizer, Jesus? – como Deus ama!
Mete-me este gajo no inferno, Jesus! Ou
deixa-me apanhá-lo a jeito!
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