Deus não pôde, até hoje, tirar do mundo a Dor, porque o homem não deixou que Ele lhe tirasse o seu Pecado. Por isso a Dor aumentou sempre e sempre há-de aumentar, até que o homem deixe Deus tirar o Pecado do seu coração.
Sabemos das inúmeras tentativas que Deus fez para que Lhe regressássemos a Casa, o mesmo é dizer, à Felicidade sem mancha de que gozávamos e que poderíamos, se assim é possível falar, desenvolver sempre mais, em intensidade, em extensão, em profundidade, numa nunca manchada Harmonia. Todas estas tentativas manifestaram um Coração perdidamente apaixonado por nós. Mas, se o não tivéssemos visto, poderíamos ao menos tê-lo reconhecido na mais louca e espectacular de todas elas, quando Ele decidiu incarnar na Pessoa do Seu Filho até onde fosse necessário para que nós víssemos e nos deixássemos comover com tão louca paixão. Sabemos que nem esta Sua Presença em carne igualzinha à nossa em toda a deficiência, em todo o cansaço e em toda a dor, nos sensibilizou, antes nos incomodou na nossa desaustinada Estupidez, a ponto de O matarmos!
Deus foi até ao fundo, para que nós lá não chegássemos! A vigília de hoje diz-nos que o nosso coração vai continuar empedernido até que o peso da nossa Ambição nos esmague. Mas aí, nesse momento da Desesperança e da Angústia extrema, já estará Deus, que nos recolherá no Seu Seio, já de olhos abertos, depois de termos reconhecido a Mentira que servimos desde o Paraíso já tão longínquo e termos deixado cair sem pena a desgraçada Construção em que esgotámos as nossas energias quase omnipotentes!
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