A nossa Alma é feita de Amor, apenas; se a nossa História é uma sequência ininterrupta de Cansaço e Dor, algo de terrivelmente trágico aconteceu na própria fonte do nosso Ser. A essa Tragédia costumamos chamar-lhe Pecado e ao seu Fruto se chama sempre nesta Profecia Civilização. E enquanto a este Fruto todos chamam Construção, sempre aqui ele é chamado Destruição. Na verdade, não encontra o Profeta desta já tão longa Mensagem maior evidência do que esta: a “Obra do Homem” implica sistematicamente a morte da Obra de Deus.
Como pode haver Amor neste inominável Massacre ininterrupto da Natureza viva e harmoniosa de Todas as Coisas? E Deus, que na Criação exprimiu a Sua própria Vida e Harmonia, os dois grandes Frutos do Amor, que faz Ele perante tão inconcebível Hecatombe Universal? Que faz o Amor perante este absoluto Desamor? Não revela uma situação tão absurda uma estranha impotência de Deus Omnipotente?
É verdade que Deus não governa a Liberdade do Homem. Mas Verdade absoluta é também que Deus é omnipotente, isto é, não há absolutamente nada que ele não possa. Perante a Destruição, que Ele não pode suster por causa da Liberdade que deu ao homem, um Prodígio impronunciável acontece em Deus: Ele assume este “não-poder” no Seu Amor, que é a fonte eterna da Sua Omnipotência e de todos os Seus Atributos. Assim a impotência de Deus mora na Sua Omnipotência, dando-lhe Vida mais ardente e Harmonia maia sólida; quando a obra de homens e demónios se lhes revelar Destruição pura e eles não puderem suportar os frutos do seu Pecado, logo o Seio de Deus Omnipotente os acolherá e, atónitos perante o Poder do Amor, a ele se submeterão, felizes, reencontrando a Liberdade que de facto haviam perdido!
Sem comentários:
Enviar um comentário