– Jesus, que foi aquele acordar, tão cedo?
– Foi só um desejo irresistível de estar contigo.
– De facto, está lá o Sinal da Tua Paz!… Mas olha: Tu também tens desejos irresistíveis?
– Eu tenho tudo o que vós tendes. Porque vos custa tanto admitir que Eu sou um homem?
– É possível teres desejos irresistíveis por mim, esta miséria aqui neste cantito do mundo? Que Te fiz eu?
– És Meu amigo.
– Ai isso sou. Mas só por isso amas-me assim, a ponto de me acordares àquela hora só para me veres, para sentires, durante uns momentos, que Te amo?
– Olha o Sinal quando agora de novo acordaste.
– Sim! Estás lá Tu, muito realçado no esplendor das Tuas Cinco Chagas.
– Que quer dizer “esplendor”, Salomão?
– Estava a pensar no esplendor do fogo, na ciclópica força curativa do Teu Sofrimento.
– Eu curo com fogo?
– É assim que eu sinto. O Teu Sofrimento é um fogo de Amor que ardendo consome, purifica e cura. Por isso vieste ter comigo àquela hora, porque Te consome o Amor.
– Amas-Me tu também assim?
– Não, certamente. Ainda não. Mas quem me dera amar-Te assim, a ponto de Te acordar a uma hora qualquer só para Te ouvir dizer que me amas.
– Não é egoísmo, isso?
– Quando temos a certeza do amor do outro, não: é o mais puro amor, é um amor que queima.
– Sabes, Salomão, era neste fogo assim que Eu queria que fôsseis baptizados.
– Então vem baptizar-nos com o Teu Espírito Santo. Quem nos baptiza é Ele, não é?
– Ele é o Meu Fogo em que vos quero consumir.
– Como naquele Pentecostes?
– O Meu Pentecostes agora há-de ser muito mais largo, mais fundo, mais ardente…
– Olha, Mestre: Tu quiseste, ao vires ter comigo àquela hora, certificar-Te de que eu vou aguentar o Teu Fogo, quando ele vier, não quiseste?
– Sim, quis ver se o Meu Rochedo está firme, se não vacilará quando sobre ele lançar os fundamentos da Minha Igreja.
– Vem sempre, à hora que quiseres, verificar a solidez do Teu Rochedo, Mestre. Estou só à espera do Teu Fogo, como sabes: ele será o Fundamento e a Força que para sempre manterá unida a Tua Igreja.
– Escreve-Me, Salomão, esse teu desejo que agora mesmo perpassou o teu coração.
– Que o Teu Fogo vá tão fundo, seja tão subtil, que à medida que avance se faça Ternura. Ternura daquela que se desprendeu da Tua Cruz quando disseste: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Jesus, abençoa esta minha ânsia de amar até este ponto. Dá esta ânsia a muitos outros corações. Que a Grande Tribulação termine no Grande Rio quente da Ternura de Deus! Havemos de vencer, meu Herói!
– Regista o que estás vendo, Meu amigo.
– Miguel, o Teu Arcanjo, e a sua espada de fogo.
– Que tem a espada do Meu Arcanjo?
– Queria saber como é aquele fogo de que ela é feita.
– Aquele fogo é alimentado pela própria mão do Arcanjo, ele também feito de fogo que recebe de Deus. Um fogo que se desfaz em raios subtis capazes de atravessar a matéria mais opaca.
– Então que aquela espada, quando descer à terra, atravesse todos os corações de pedra!
São 3:31!
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