— 10:53
É Domingo e estaria precisamente na hora de me preparar para ir à Missa. E continuo a hesitar se vá ou não. Há três anos, neste mesmo início de Setembro, foi à Missa que Jesus me reconduziu, depois de muito tempo de afastamento de todas as celebrações e ritos da minha igreja. A pouco e pouco, porém, o Senhor começou a exigir-me, para o Seu especial caminho comigo, uma atenção exclusiva. E este caminho levou-me cada vez para mais longe de tudo aquilo que é cerimónia ou rito, e cada vez para mais perto da Realidade que no rito se pretende celebrar. Está-me, por exemplo, criando uma enorme expectativa relativamente ao Mistério da Eucaristia ou da Santa Ceia, ao mesmo tempo que me tem afastado, por vários períodos, desta tão ritualizada reunião dominical da Igreja Católica. De vez em quando volto lá, mas julgo que a única motivação que me leva para lá os passos é o Mistério do Pão e do Vinho revelado naquela última noite do Mestre entre nós. De resto, sinto que nada me une àquelas pessoas em especial e as palavras que lá se anunciam ouço-as e rezo-as com total reverência, mas o facto de estar ali nada lhes acrescenta, nem em amplidão, nem em intensidade emotiva e eu sei que não deveria ser assim. De facto, conforme o Mestre esta noite me ensinou, cada caminho com Ele é único, mas cada caminho conduz um dia à partilha com outros caminhos únicos e então, quando se juntarem dois ou três em Seu Nome, ou uma multidão, a Sua Presença será nova na amplidão e na intensidade.
Vai longe já a Missa, neste Dia do Senhor, que nós desvirtuámos, como os judeus haviam desvirtuado o seu Dia do Senhor, o sétimo, o Sábado. Mas é preciso que o Oitavo Dia triunfe do Caos, este Dia da Luz que, vindo ao mundo, tem agora o poder, não já apenas de iluminar o dia e a noite, mas de iluminar e discernir no Caos dos corações, um Caos muito mais tenebroso e anárquico que o Caos das Origens! E quando este Primeiro Dia da Nova Criação triunfar, será em verdade um Dia exclusivo do Senhor, Sua Propriedade e Sua Glória, desapossado enfim de todos os intrusos que dele se haviam apossado pela astúcia e pela violência, colonizando-o à sua maneira com vistosos templos e palácios e ritos e cerimónias e normas e leis e valores, tudo isto vigiado por funcionários hierarquizados segundo o grau de fidelidade ao Usurpador original, sempre habilidosamente escondido sob designações abstractas ou sob multiformes capas de respeitabilidade.
Desde há dois mil anos sempre observado pelos olhos humilhados, mas por isso mesmo duplamente gulosos, da antiga Serpente, o Oitavo Dia foi sendo por ela progressivamente invadido, até que, agora, só lhe falta lançar o ataque final ao próprio coração deste Dia que, manhosamente, continua a chamar Dia do Senhor. Continua, pois, escondida aos olhos do mundo esta tenebrosa estratégia de Satanás. Mas está prestes o seu desmascaramento. Um desmascaramento exemplar, com uma espectacularidade nunca antes vista sobre a terra. Serão os seus próprios prodígios, com especial destaque para todos os meios que ele inventou para comunicar entre os homens, que irão levá-lo à sua estrondosa derrota.
Haverá muita dor nesta erupção da Luz do Caos dos corações e no triunfo do Oitavo Dia. É em especial deste triunfo que fala o profeta J.N.S.R., ao preparar o luminoso, espectacular Triunfo da Cruz.
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