5/9/97 — 3:41
São 4:27 já e, levando-me assim a olhar o relógio quando lá estava o meu nome escrito, Jesus diz-me que me ama e abençoa assim este tempo todo que até agora passei à procura da Sua indicação para continuar viagem pelo Mistério de Deus.
— Diz porque não me deste indicação nenhuma até agora, Mestre.
— Porque não precisava: tu estavas caminhando.
— Não saber por onde começar, não saber com Quem deveria falar, não é estar enredado no caminho, não é estar parado?
— Nada mexia em ti?
— Mexia. Muita coisa. Tanto assim que eu quase chorava por não saber como sair dali.
— Estás saindo agora, não?
— Estou…
— E como fizeste para sair?
— Pus-Te exactamente o problema que estava tendo.
— Porquê a Mim, uma vez que não sabias com Quem deverias entrar em diálogo?
— Porque Tu és o meu próximo.
— Como?
— Saiu-me assim…
— Eu sou todo o teu próximo?
— És. Respondi assim, porque Te sinto o meu Amigo Íntimo.
— Eu sou também as outras pessoas todas próximas de ti?
— És: em Ti está também todo aquele que precisa de mim.
— Porquê?
— Porque ninguém precisa mais de mim do que Tu.
— Mas assim não te isolas dos teus semelhantes concretos que te rodeiam?
— Não: cada vez mais me sinto sensível às suas verdadeiras dores.
— Porquê “verdadeiras”? Há neles dores falsas?
— A dor deles não é quase nunca onde eles dizem que lhes dói.
— E é em Mim que lhes descobres o sítio da verdadeira dor?
— É isso: Contigo vou caminhando até à verdadeira dor do mundo, de cada pessoa.
— Que dor era a tua naquela hora inicial em que te parecia não saíres do sítio?
— Era a dor de todos os que se sentem emaranhados na teia da vida.
— E viste essa dor em Mim? Eu também estava emaranhado na tua teia?
— Estavas. Tu estás sempre onde eu estou. Não há ninguém mais próximo de mim do que Tu.
— Mas se também Eu estava ensarilhado no teu enredo, se lá fui parar também, como te posso Eu dali libertar, a ti e a Mim?
— Vejo agora de repente, Mestre: é a Tua união com o Pai e o Espírito que sempre Te liberta de todos os enredos e cadeias e Contigo todos aqueles que Te amam. Tu és a Segunda Pessoa da Altíssima, Omnipotente e Terrível Trindade!
— E prisioneira sempre nos vossos enredos, nas vossas masmorras?
— Sempre, meu Senhor.
— Olha: porque chamaste à Trindade “Terrível”?
— Porque o Seu Poder é inexorável, fulminante. Ninguém que se Lhe oponha poderá jamais ter qualquer êxito.
— Não se passeiam à tua vista, cheios de êxitos, todos os demónios e todos os grandes deste mundo?
— Passeiam. Mas em breve veremos o tombo que vão dar.
— Entretanto, embora temporários, trata-se de verdadeiros êxitos, não?
— Nem uma gota desse êxito regará o reino com que sonham e com tanta canseira estão tentando levantar; pelo contrário, tudo quanto fazem e toda a dor que causam — tudo se está encaminhando para o alicerce da Tua Construção, a verdadeira, a única, a definitiva!
— Onde é essa Minha Construção?
— É neste mesmo Deserto que pisamos e que o Demónio fabricou. Como pode ele ter êxito?
São 5:43.
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