30/8/97 — 5:40 — Faro
Ao perguntar-me se não seria já a hora de procurar na Escritura novo alimento, ouço: “Ezequiel quatro, nove”. Tão repetidos são estes algarismos, que peço: “Desta vez não! Dá-me Tu outros, Mestre”. É que esta fixação me parecia vir do Demónio e de facto ele repetia-me estes algarismos em ridículo tom de galhofa. Então, num desafio, pedi: “Deixa ficar estes, Mestre, abençoa-os, e dá com eles uma lição ao Demónio”. Além de que estes algarismos, descodificados, dão o pedido permanente que nestas páginas o Mestre me faz: Anuncia o Meu Regresso! Vou, pois, confiante, onde o Demónio me indicou buscar a Luz que lhe destrua o reino tenebroso. Em
Ez 4, 9
está isto escrito:
“Apanharás trigo, cevada, favas, lentilhas, milho e aveia, o que colocarás num mesmo recipiente, a fim de fazeres pão para ti. É isso que comerás durante o tempo que estiveres deitado, ou seja, durante trezentos e noventa dias”.
Efectivamente, além de muito repetidos os algarismos, também o texto já o Senhor mo havia trazido uma vez.
— E agora, Mestre? Como fazemos? Ajuda-me a encontrar os Teus Tesouros que aqui se escondem.
— Lembras-te do que dissemos da outra vez?
— Não tenho a certeza…
— Resume aquilo de que te lembras.
— Enquanto estou “deitado”, isto é, imobilizado, apenas escrevendo, devo fazer dos mais variados frutos – as revelações que me vens fazendo – um pão só… Não sei se foi isto…
— Não fixas as Minhas lições?
— Desculpa, Mestre… Elas são já tantas… E não creio que elas sejam todas para eu fixar agora. Não são sequer todas para mim pessoalmente.
— Mas esta era, não?
— Parece… Mas nem esta era exclusivamente para mim: pelo menos com o profeta Ezequiel já a estou partilhando… Depois, agora é só o tempo da escrita: quando for preciso executar o que me ensinaste, de novo aqui me conduzirás, para que eu tudo recorde e a Tua Vontade seja feita sem desvios.
— Vamos então ampliar o Ensinamento que ficou já registado?
— Vamos, Mestre. Ainda nada vejo, neste momento…
— Vês ao menos que o Profeta tem que fazer um pão estranho.
— Isso vejo. Não ficaria com um sabor intragável?
— Lê de novo o contexto.
— Vejo, nos vs. 4-5, que precisamente durante aqueles trezentos e noventa dias, o Profeta terá de cumprir uma missão estranha: “Toma sobre ti os pecados da casa de Israel (…); suportarás as suas iniquidades (…); aguentarás os pecados de Israel” — diz-lhe o Senhor.
— É, portanto, mesmo um pão intragável, o que ele terá que comer, não?
— Pois é…
— Mas a dureza do que o Senhor pede ao Profeta é maior ainda…
— Sim, Ele pede-lhe que coza aquele pão “na presença deles, ao lume de excrementos humanos” (v. 12).
— Onde está, para o Profeta, a dificuldade, neste caso?
— Está, não tanto na repugnância perante os excrementos humanos, mas na impureza moral que este gesto revelaria: “Eu nunca me tornei impuro!” — responde o Profeta, perplexo. Tanto assim que o Senhor lhe concede que substitua os excrementos humanos por “esterco de boi”.
— E qual é o simbolismo deste gesto do Profeta?
— Revelar a situação dos israelitas dispersos entre as nações pagãs: “É assim – diz o Senhor ao Profeta – que os israelitas comerão os alimentos impuros nas nações por onde Eu os dispersar”.
— Diz, sem medo, o que sentes neste momento.
— Estou aborrecido: não gosto de fazer análise de textos; gosto mais de que me reveles directamente as coisas…
— Não queres comer este pão impuro das nações pagãs?
— Que pão? A análise de textos?
— Não é isto que andam fazendo muitos discípulos Meus – escrevendo muitos volumes de análise de textos, à moda da ciência pagã, textos da Escritura, sem nunca lhes descobrirem o conteúdo?
— Estás-me pedindo então que, procurando assim, penosamente, o coração das Tuas palavras, eu assuma sobre mim os pecados destes Teus discípulos?
— Sim. Destes e de todos os outros que se acomodaram aos alimentos das nações pagãs e nunca mais procuraram o Meu Pão Vivo que eu próprio lhes prometi e lhes daria em abundância.
— Estás-me pedindo, Mestre, que coma, também eu, de todos os alimentos impuros com que se mancharam os Teus discípulos? Estás-me pedindo que me torne impuro para resgatar a Tua Igreja da impureza das nações em que se atolou?
— Sim, Meu amigo querido: estou-te pedindo que comas, também tu, de todo o pão que a Minha Igreja, dispersa entre as nações, está comendo com elas. Será para ti este pão cada vez mais intragável, como foi intragável para Mim. Mas peço-te que o comas Comigo, por eles, por Mim.
— Tu queres que me faça tudo para todos?
— Sim. Para reunirmos todos os Meus filhos dispersos.
São 8:07!
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