Toda a lei é injusta porque uniformiza aquilo que por natureza é diverso
e único. Vivemos submergidos em leis de todo o género, que nos bloqueiam,
mutilam e escravizam, mas achamos que isto é uma fatalidade: tem que ser - dizemos nós, resignados. Claramente, Jesus
não acha assim e nestes Diálogos trava uma batalha sem tréguas pela nossa
libertação de toda a lei, iluminando a sua natureza perversa, conforme vemos na
mensagem seguinte:
É muito difícil não darmos receitas a pessoas que no-las pedem. Até
porque um tal pedido nos lisonjeia: quem nos pede uma norma de conduta
manifesta reconhecer em nós autoridade bastante para lhe indicar o seu caminho.
É tão fácil sermos tentados!…
Acresce que as pessoas geralmente não se sentem bem quando lhes não
indicamos, a seu pedido, uma qualquer via concreta por onde elas devam seguir.
É como se lhes desse imenso trabalho decidir. Então, quando descobrem em alguém
a capacidade de decidir, logo tentam servir-se dele para tomar decisões em sua
vez. É muito mais cómodo: além de lhes evitar todo o trabalho necessário à
elaboração de uma necessária decisão, têm em quem descarregar as culpas no caso
de a decisão não se revelar acertada.
Cuidado! Por muitas vias Satanás nos pode tornar seus servos. Aqueles
que estabelecem normas para os outros são os seus mais eficazes servidores:
para além de se tornarem seus cúmplices directos na usurpação da Autoridade de
Deus, subtilmente escravizam os seus semelhantes. (Dl 29, 3/2/05)
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