Durou muito pouco tempo o Sonho de Deus realizado naquela Imagem e
Semelhança Sua a quem chamou Homem. Logo à primeira prova, tudo se desmoronou.
A mensagem seguinte tenta visualizar a distância que vai da felicidade de Deus
ao criar-nos para a realidade que nasceu no Dia do nosso Pecado e que sempre se
ampliou até hoje:
A diferença entre o Sonho de Deus a nosso respeito e a situação em que o
Pecado nos colocou é semelhante à que vemos entre uma árvore e os móveis de uma
sala, feitos da madeira daquela árvore: mesas, cadeiras, estantes, armários,
revestimentos, tudo assim dividido em elementos cada um servindo o seu
objectivo – assim nos vê Deus: transformados, mutilados, desconjuntados,
imobilizados, servindo gostos que em nada correspondem à nossa natureza.
Mas Deus vê também a árvore do Seu Sonho presente na madeira destes
objectos esterilizados, como se cada tábua estivesse gemendo de dor, clamando
por regresso à árvore, lugar da sua natureza feliz. Mas o nosso Criador sabe
que, na situação em que estamos, nada podemos fazer de nós mesmos. E chora, de
coração dilacerado, com a árvore original diante dos Seus Olhos, bela a
amorosa, feliz por poder mostrar a todo o Universo, a Bondade, a Beleza e a
Generosidade do seu Criador.
E Deus ali está, tenso, na expectativa de fazer regressar toda aquela
madeira à árvore, ressuscitada, percorrida de uma seiva mais poderosa que
outrora. Nos mostrengos mortos da madeira Deus vê sempre a árvore, enlevo dos
Seus Olhos. E ama com ardente ternura os próprios mostrengos, na ânsia de neles
ver de novo, reunida, a criatura viva que sonhara.(Dl 29, 4/12/04)
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