Sabemos que a maior parte de nós não vai ficar importante na História;
ser importante é só para alguns, muito pouquinhos – é assim que pensamos, como
se esta fosse uma fatalidade; na verdade, acabamos por concordar, resignados,
que não podem ser todos igualmente importantes. Há momentos, no entanto, em que
sentimos que as coisas não deveriam ser assim. Achamos isto muito injusto. E é
nestes momentos que mais próximos estamos de Deus, porque Ele também acha. E não
só; dói-Lhe muito que assim seja. E quer muito mudar esta situação. Veja-se
isto na mensagem seguinte:
Não há grandes e pequenos, para Deus. Para Ele, a Humanidade não é uma
massa incaracterística, donde Ele seleccione aqueles a quem pretenda entregar
uma missão especial, fazendo deles então os Seus amigos privilegiados. O mais
insignificante e anónimo dos homens é-Lhe tão querido como o mais célebre
pregador da Sua Palavra.
O que acontece mesmo é que o homem quis tomar conta do seu próprio
destino, construindo-o ele próprio, à revelia do Destino para que fora criado.
E foi justamente esta insensata empresa em que o homem se meteu que produziu os
insignificantes e os anónimos, que transformou a Humanidade numa massa confusa
como se fosse só a matéria-prima donde os que por qualquer via se tornaram os
grandes deste mundo escolhem os que lhes convêm para executarem os seus
tenebrosos projectos, que Satanás coordena e dirige superiormente a nível
planetário.
Foi nesta massa insignificante e anónima que Deus incarnou. Vede-o nos
trinta anos insignificantes e anónimos da vida de Jesus. Foi justamente estes,
os que não têm importância nem nome, que Ele veio individualizar e
personalizar. E é aí mesmo que se vão revelar os grandes que este mundo nunca
viu.
…
Deus ama cada um de nós apaixonadamente. Já escrevi isto centenas de
vezes. E continuo a ter medo de que as pessoas não tenham ouvido. Viver esta
proximidade apaixonada de Deus por nós implica uma alteração completa da nossa
vida. Mas o que vejo à minha volta são vidas que nada mudaram na sua relação
com o mundo e com Deus; são vidas que fazem parte de uma engrenagem que nos
reduziu a todos a uma massa confusa em que se dilui a nossa individualidade.
Mesmo daqueles que se realçam da massa ganhando uma notoriedade que parece
individualizá-los é frequente ouvirmos dizer que são todos iguais. Padres? São
todos iguais. Políticos? São todos iguais. Vedetas do cinema, das passerelles,
da música, do desporto? Todos iguais.
Foi para nos livrar a todos desta igualdade cinzenta que Deus suscitou
ao longo de todos os tempos Profetas com a missão de revelar às pessoas a sua
única e irrepetível individualidade, mostrando a cada um a sua grandeza divina.
(Dl 29, 27/1/05)
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