A palavra “Universo” poderíamos, atendendo à sua raiz e formação, dizê-la desta outra maneira: “Desabrochado de Um”, ou “Unidiversidade”. Como se, sem a Diversidade, não pudesse haver Unidade. E como se, sem a Unidade, nenhuma diversidade pudesse existir. Se repararmos bem, o que fizemos, desde o Pecado, foi destruir sistematicamente este fundante dinamismo da Vida, conseguindo como resultado a Divisão, que tanto nos faz doer. Mas a mensagem seguinte lança sobre esta realidade a Luz da Visão do nosso Redentor…
Separar é fácil, para nós: nós já
nascemos na Divisão. Por isso nos custa superar esta nossa tendência para
dividir, devido ao Projecto traidor inicial de subtrairmos a Deus o domínio do
Universo: ficámos nesse momento com o mundo físico nas mãos, privado, aos
nossos olhos, da fonte da Harmonia, que o mantinha na sua espantosa unidade. Os
nossos olhos passaram a ver coisas, mas deixaram de ver a ligação entre as
coisas. Até a nós próprios nos passámos a ver como coisas opacas e separadas
que cada um, guloso de ser deus, julga poder ordenar em seu proveito, segundo a
sua ambição. A ordem assim estabelecida nunca conduzirá a uma unidade
verdadeira, porque sempre terá que ser forçada e portanto maior divisão ainda
produz.
O Regresso do Príncipe da Paz não pode, por isso, deixar de revelar a
grande tragédia da Divisão e de escandalizar as nossas mentes e os nossos
passos com a Sua Luz, que simultaneamente virá revelar a Unidade original e os
caminhos para a ela voltar.
…
A Diversidade é a mais poderosa força unificante de tudo quanto existe.
Porque cada ser assim diverso está clamando pela Totalidade, sem a qual ele
perde o sentido. Porque todos vieram de Um, apenas. Como de um, apenas, vieram
todos os órgãos do nosso corpo, que perdem todo o sentido e morrem, se os
separarmos uns dos outros. E no entanto cada um é perfeitamente
individualizável e transporta uma missão específica, diferente de todos os
outros.
É uma Unidade assim que Jesus vem anunciando nestes Diálogos. É que,
para Jesus, esta verdadeira fábrica de sofrimento que é a Divisão instalada nas
nossas vidas não é uma fatalidade. O nosso Redentor veio justamente dizer-nos
com o Seu louco acto amoroso que a Terra não tem que ser um perpétuo
Purgatório; pelo contrário, foi na Terra que Deus derramou a Sua própria Vida
como um cego apaixonado – é aqui que há-de surgir, inexoravelmente, o mais belo
e precioso fruto do Seu Amor. A Terra há-de ser o Encanto de todos os mundos!…
(Dl 29, 29/1/05)
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