Conforme se poderá largamente verificar, Jesus dá, nesta Profecia, uma
quase obsessiva atenção à nossa Carne, ensinando-nos a nunca a desprezarmos, a
tratá-la sempre com muito carinho e sobretudo a nunca a considerarmos como uma
componente descartável do nosso ser. Ela é, em nós, o “Pó da Terra” das
Origens, sem o qual simplesmente não existe Homem. É este ainda o tema da
mensagem seguinte:
A grande característica do Regresso de Jesus
é a Reencarnação definitiva do
Espírito! Todas as intervenções de Deus na História dos homens até hoje, se
dirigiram para este Acontecimento definitivo. Rejeitado o Espírito pela Carne,
era necessário que a Carne reconhecesse a sua traição e, chorando-a
amargamente, voltasse, agora por escolha livre, a receber em si, com verdadeira
sede devoradora, o Espírito que lhe restituiria a sua unidade e a sua
verdadeira natureza de Imagem e Semelhança de Deus. Mas, chegado a este ponto,
não posso deixar de repetir o Prodígio: a forma como Deus Se entregou à Carne
rebelde e o caminho paciente e doloroso que com ela e nela percorreu, deram-lhe
uma condição superior à original. Ela tornou-se verdadeira Carne de Filho
natural de Deus!
A primeira criatura em que isto aconteceu
foi Maria. Por isso Ela pôde dar a nossa Carne rebelde à Carne do próprio Filho
Unigénito de Deus, para que Ele a pudesse acordar para a sua situação tenebrosa
e moribunda e nela despertasse aquela ânsia ardente de receber de volta Aquele
que era toda a sua Vida e a sua Luz. Por isso a Incarnação do Verbo não foi
ainda a definitiva Reencarnação; foi só o Dom da Carne de Deus à nossa Carne.
Recordemos que Jesus é o “Primogénito de toda a criatura”! (Dl 29, 11/12/04)
…
Um Pentecostes novo, que se desenha já no
horizonte, iniciará na terra, agora sem paragem ou retorno, o êxodo da
Escravidão para a Liberdade. Jesus está relacionando esta descida do Espírito à
Carne com a primeira inundação do nosso Pó da Terra pelo Sopro da Vida e por
isso lhe tem chamado, mais recentemente, Reencarnação. É então como se fosse a
repetição do Acto divino criador do Homem. Agora vai tornar-se pública e firme
a Nova Criação, que ultrapassará substancialmente a primeira, na medida em que
agora não se trata apenas de uma moldagem, mas de um verdadeiro nascimento.
Não é, portanto, desta vez uma verdadeira
criação, isto é, o surgir de um ser tirado do Nada, mas a transmissão
harmoniosa e festiva da Vida, a partir do próprio Seio de Deus, como a um filho
transmitem a vida os seus pais. Haverá, portanto, uma verdadeira Reencarnação
do Espírito, mas efectuada no Útero materno da própria Mãe de Deus, que será
também a Mãe dos Renascidos! (ibidem)
…
Existe carne espiritual?
Existe espírito carnal? Se a Carne se tornar luminosa, isso equivale a dizer
que ela se espiritualizou?
De tal maneira a nossa rebeldia, orquestrada
por Satanás, quis afastar para longe o Espírito de Deus, que agora, quando
falamos em espírito, sempre excluímos a carne, e quando nos referimos à carne
sempre a consideramos autónoma, se não mesmo inimiga do espírito. Temos, de
qualquer forma, uma grande dificuldade em harmonizar espírito e carne numa
perfeita Unidade Vivente. E foi assim mesmo, como uma consubstancial Unidade
entre Pó da Terra e Sopro da Vida que o Homem foi concebido. Não era então
possível nenhuma distinção entre matéria e espírito na criatura humana: No
Homem Deus tornara-se carnal e o Universo tornara-se espiritual. Tentemos então
avaliar o Prodígio que a Redenção conseguiu: a Carne de tal maneira se pode
agora unir ao próprio Deus através do Seu Espírito, que o Homem, outra vez
perfeita Unidade, se pode tornar todo Luz. Como Deus! (ibidem, 12/12/04)
…
A Divisão destrói a Unidade; a Diversidade é
a mais natural força construtora da Unidade.
Mas até onde deve ir a Diversidade na Igreja
de Jesus? Se alguém, por exemplo, a quem eu me sinta muito unido por amarmos
ambos muito Jesus, me contar experiências suas e de outros que remetam para a
reencarnação como ela é tradicionalmente entendida e eu não conseguir
compatibilizar a sua visão com aquela que eu próprio recebi de Jesus, mesmo
assim eu não me devo separar deste irmão; antes devo ouvi-lo com toda a atenção
e carinho por tudo quanto me conta, respondendo-lhe com muita humildade aquilo
que em cada momento eu estiver vendo naquele território. O mais provável é que
nem um, nem outro tenha que abandonar simplesmente a sua visão, mas ambos
avancem para uma inesperada harmonia. Vede o caminho que eu próprio já andei em
direcção à visão daquele meu irmão. (ibidem, 13/12/04)
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