17/2/00 - 2:00
Os Sinais dizem-me que o Espírito está comigo de forma muito intensa. Mas eu de intenso em mim só tenho o desejo de sentir. Mesmo assim devo acreditar no que os algarismos dizem e está aqui a natureza do poder da Fé: ela entrega-se a este vazio dentro de mim como a um imenso deserto ou a um abismo, esperando daí regressar cheia de tesouros. Ela segue a mensagem de uns míseros algarismos que lhe dizem que o próprio Deus com todo o Seu Poder habita e enche esta solidão desértica e vai actuar.
E para romper este silêncio seco e dolorido, logo no início me pus à escuta de uma palavra bíblica que me ajudasse. E como folha morta no Outono caindo aos ziguezagues, apareceu-me no espírito “Mateus vinte e quatro, quinze”. Mas depois, numa insistência que se mantém, a Voz pede-me que acrescente “dezasseis”. Os versículos seguintes também me estão pairando, como se apenas confirmassem e esclarecessem aqueles. Vou, pois, saber onde o Senhor me conduziu. Em
Mt 24, 15-16
estão as seguintes palavras:
“Quando virdes, pois, a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel instalada no lugar santo - o que lê, entenda - então os que se encontram na Judeia fujam para os montes”…
A primeira coisa que se me realça é a extrema precisão daquilo que o ouvido da minha Fé ouviu: no versículo quinze justamente Jesus começa a falar da profanação do Santuário e o versículo dezasseis contém só o primeiro de uma série de comportamentos que as pessoas devem assumir por essa ocasião; os versículos seguintes, de facto, apenas confirmam e esclarecem os anteriores! E é este um primeiro Sinal da Presença subtil mas funda do Espírito em mim.
E depois o próprio conteúdo dos versículos apontados! “O que lê, entenda” - diz misteriosamente Jesus.
- Não me queres ajudar a entender, Mestre? Gostaria que partilhasses a Tua intimidade comigo, se isso fosse possível, em nome da nossa amizade que por Tua iniciativa surgiu e tanto já cresceu.
- Vês-Me escondendo de ti algum segredo Meu?
- Não, não sinto que escondas nada de mim; apenas o que tens para me revelar é demasiado grande para o tamanho do meu coração.
- E não sabes tu que também para Mim a tua Alma é Mistério inesgotável?
- Eu posso, naquelas Tuas palavras, ver coisas que Tu não viste ainda?
- Não és tu Meu irmão? Não vamos aqui juntos, mirrados na mesma Desolação?
- O texto fala justamente em desolação!…
- Uma desolação abominável! Diz o que estavas pensando há pouco.
- Que o Santuário de Deus são os nossos corações. É aí o Céu onde Deus habita.
- E é nos corações que se encontra a abominação de que fala o Profeta?
- Ele refere-se ao Templo, mas as palavras dos Teus Profetas têm um alcance muito mais vasto e fundo do que o significado literal…
- Em que Templo estás a pensar?
- Na Tua Igreja.
- A que devastação se refere o Profeta?
- À Apostasia actual, que assumiu proporções inconcebíveis, atingindo sobretudo os pastores do Teu Rebanho, que estão totalmente envolvidos nas obras da Cidade, mesmo que se lhes chame obras de caridade…
- Mas no templo de Jerusalém havia o Santo-dos-santos, onde só o sumo sacerdote entrava…
- Sim, é aí que estou vendo o Sacrifício Perpétuo.
- Onde?
- Era aí que estava a Arca da Aliança. Aliança de Deus com os homens. Ora nisto consistiu justamente a Tua Incarnação!
- E a Minha Incarnação é o Sacrifício Perpétuo?
- Então não é? Vê como estás, Mestre! Não sofres assim justamente por viveres incarnado na nossa Desolação?
- Mas porque fala o Profeta em abominação?
- Porque Te querem desincarnar da Desolação que criaram.
- Para quê?
- Para que não os salves! Para que não os incomodes! Não querer ser salvo é que é a verdadeira Abominação!
São 4:57!
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