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Está-me neste momento diante dos olhos a perplexidade das multidões quando eu lhes disser que não terão mais ritos, nem normas de conduta, nem sacramentos, nem dogmas a que se agarrar para poderem dizer que pertencem à Igreja, para terem referências que os enquadrem num grupo, numa comunidade, enfim, na Igreja una, santa, universal, genuinamente apostólica. E no entanto é para aqui que o Mestre continuamente me conduz.
A única referência visível para todo o Rebanho é Pedro. Já um dia Jesus me disse que outra vez refundará a Sua Igreja sobre doze pilares. Mas sempre Se refere só a Pedro como visualização de Si próprio na condução do Seu Rebanho, como o Sinal por Excelência da Unidade de toda a Igreja. De resto fala sempre de Diversidade. Nem sequer exclui que uma determinada comunidade se organize e viva a sua Fé enquadrada por normas rígidas, o que parece contrariar frontalmente o Princípio que Ele sempre proclama para a Igreja universal. É que cada comunidade terá o seu próprio carisma e deverá ser sempre respeitada nas várias fases do seu crescimento, como o próprio Deus respeitou a situação concreta em que o Seu Povo viveu ao longo da História. Mas mesmo esta comunidade assim tão estranha no Corpo de uma Igreja sem leis humanas terá o coração preso ao mesmo Mestre Jesus e os olhos no Seu único Vigário.
Suceda, pois, o que suceder, nunca mais a Igreja ouse levantar sobre a terra qualquer outra referência de unidade que não seja Pedro. Mesmo que ele algum dia negue o seu Mestre, como sucedeu com o primeiro Pedro. A atitude de Jesus é, também aqui, paradigmática: a negação de Pedro, em vez de alterar a Sua escolha, mais ainda a reforçou, proclamando assim para todos os séculos futuros que a Sua Igreja seria formada não de anjos, mas de homens como os outros, incarnados em todas as fraquezas dos seus irmãos. Nunca mais, portanto, poderemos repetir aquilo que fizemos ao longo da História, nas várias cisões que retalharam o Corpo do nosso Deus. Se algum dia se chegar a uma situação em que no lugar de Pedro se sente o próprio Rebelde, mesmo aí nunca nos competirá a nós “pôr as coisas no seu lugar”, como fizemos no passado, porque isso é sempre pura soberba, é ainda e sempre repetir o Pecado do Paraíso.
Este Princípio é tão importante, que Jesus nunca me disse “Tu és o Papa”, mas “Tu vais ser Papa”. E estou entendendo esta Sua maneira de falar como a manifestação de uma Fé do meu Amigo que me esmaga de assombro. É como se Ele esperasse que o próprio Rebelde que se instalará no lugar de Pedro voluntariamente aceite deixar-se substituir por mim na condução da Sua Igreja! Por isso Jesus insiste tanto comigo em que nunca condene ninguém, nem o próprio Rebelde.
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