Seria impossível apaixonarmo-nos por uma pessoa que não falasse
connosco, que não se deixasse ver, que não víssemos reagir àquilo que lhe
disséssemos. A forma como eu contacto com as Pessoas do Céu é, ao que sei, especialíssima
entre todos os Profetas. Não recebi o Dom da visão mística nem o da “audição interior”.
No entanto, mais tarde, Jesus disse-me que o meu é o mais apurado ouvido, a minha
visão é de todas a mais clara.
(7:37 da tarde no meu relógio de pulso.
Tenho várias coisas para fazer, mas o que escrevi de manhã na escola contém um
erro que me põe em grande perplexidade. Procuro uma razão, uma explicação, mas,
estranhamente, não ponho em causa a autenticidade da Voz de Jesus nestes escritos.
Trata-se da identificação da leitura bíblica. Não é o cap. 24; é o cap. 22! E
para cúmulo eu escrevo “Tenho (a certeza!) porque
Tu mo estás dizendo”. Ora isto é muito grave! Tento compreender porque é
que isto aconteceu).
– Salomão, meu querido amigo,
tranquiliza-te. Para já, o erro está emendado, não está?
– Mas isso não basta, Jesus! Eu escrevi que
tinha a certeza porque Tu mo estavas
dizendo! Ora dar um erro é natural à natureza humana, mas dizer que foste Tu
que o deste é muito grave!
– Tu não disseste que fui Eu que o dei.
Disseste só que me ouviste dizer
assim. O erro foi teu!
– Ouvi mal?
– Ouves ainda muito mal a Minha Voz.
– Então isto pode estar cheio de erros!
– Considera o caso presente: onde está o
erro?
– Estava. Tudo está agora esclarecido.
– Vês? Ouves-Me mal, mas é por isso mesmo
que é mais difícil cometer erros.
– Como quem está a ouvir mal ao telefone?
– Exactamente. A atenção redobra. Porque
foste tu confirmar a identificação da leitura?
– Porque Tu não deixas passar erros?
– E não só. Porque te quero sempre mais
atento. Estou purificando o teu ouvido.
– E não foi também porque Te pus à prova?
– Não. Querer que eu intervenha em todo o
tempo e em todos os pormenores da vida não é pôr-Me à prova; é querer a Minha
Presença. É querer ser um Comigo!
– É querer fazer a Tua Vontade às cegas, como Tu há dias disseste?
– É. Só fazendo a Minha Vontade às cegas se encontra a Luz!
– A Luz que Tu me retiraste no momento em
que errei!
– Isso. Diz como sabes que te retirei a Luz.
– Fizeste-me ler agora mesmo na Vassula o
dia 7/8/87. Aí dizes que retiras a Tua Luz por momentos, para criares em nós a
sede de Ti, para Te procurarmos com ânsia redobrada.
– E sentes isso assim?
– Sinto. Fiquei aflito. E pedi-Te muito que
me ensinasses o Discernimento. No fim de contas, pedi-Te Luz! Eu quero ver-Te e
ouvir-Te distintamente! Sei que só lá, no Céu, Te veremos face-a-Face. Mas eu
sei que é possível ver-Te já agora e aqui como imagem, como num espelho.
Revela-me a Tua Imagem, Jesus! Uma Imagem nítida.
– Imagem. Explicita essa palavra.
– Imagem e imaginação têm a mesma raiz. Sei
que a Imagem de que falo é “criada” pela minha imaginação. A Vassula (Tu?)
chama-lhe “intuição”, que significa “ver dentro”. Acho que é a mesma coisa.
Aquilo que de Ti poderemos ver neste exílio será sempre uma figura moldada pela
nossa imaginação.
– Imaginação que Eu criei.
– Sim. A imaginação substitui, aqui, a visão
face-a-Face, no Céu, é isso?
– É.
– Por isso as Imagens que os Teus videntes
(Fátima, Garabandal, por exemplo) vêem de Ti ou da Tua Mãe são todas
diferentes!
– É isso, salomão! Escreveste salomão com
minúscula!!?
– Incrível! Pois escrevi! Também várias
vezes ao longo deste escrito tive que emendar o Teu Pronome para maiúscula!
– Vês? Estás sempre sujeito ao erro.
Cuidado!
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