- 12:10:19
Seria uma surpresa total que o Pai quisesse visualizar em mim a delicadeza e a ternura da Rainha do Céu e nossa Mãe: eu nada tenho de delicado na minha figura física e no coração sou rude e bravo. Ternura sinto-a, sim, por todas as criaturas, mas o meu comportamento não a manifesta, especialmente no contacto com as pessoas: sobressai-me sempre nelas a deficiência e é sempre de forma violenta que lido com ela; vejo-a com um obstáculo e tenho tendência a enfrentá-lo, para que as pessoas o reconheçam como obstáculo. Parece uma fatalidade: eu não consigo deixar escondida a maldade, onde quer que a detecte. Desculpo todas as deficiências às pessoas e fico muito magoado quando elas me levam a mal a denúncia que faço: eu não quis culpá-las das deficiências; quis só que as vissem, e abandonassem caminhos que eu sei nunca conduzirem à Luz.
Agora sei, no entanto, que me não pertence converter ninguém. Aprendi já a esperar pelos frutos das minhas atitudes e a respeitar integralmente os caminhos únicos que Deus segue com cada um. Mas continuo a não conseguir calar o mal naqueles em quem o detecto e se tornam em cada momento os meus próximos. E faço isto quase sempre sem medir as consequências: sinto que as consequências, por mais dolorosas que sejam, serão sempre menos dramáticas do que a permanência na Escuridão. Sinto que é necessário exercer violência para despertar os corações; falinhas mansas enjoam-me e mais parecem estagnar o processo de conversão do que estimulá-lo.
- Maria, diz-me como posso revelar a Tua feminina sensibilidade com um feitio tão impulsivo.
- As Minhas palavras são “falinhas mansas”, daquelas que te enjoam e estagnam os processos de conversão?
- Não!! Desculpa. Não quis referir-me a Ti com aquela expressão: há uma vivacidade surpreendente na Tua delicadeza, conforme tenho escrito.
- E não são violentas as Minhas palavras, nem a Minha actuação?
- Violência conforme a estou entendendo agora, não. Eu estava a pensar naquela violência que vimos nas palavras e nos gestos de Jesus, em várias ocasiões.
- Eu não sou agora a Comandante de uma batalha?
- És.
- De uma batalha sem violência?
- Está aí a natureza da energia que se desprende de Ti e que é muito própria da Tua maneira de agir: é uma energia irresistível; a violência que exerce é só a violência do fascínio, seja pela Tua inocência, seja pela Tua leveza, seja por toda a Tua grácil figura de mulher, seja pela intensidade dos Teus desejos, que se vê precisamente na frontalidade com que nos olhas, como sucede com as crianças pequeninas.
- A Minha Batalha vai ser ganha apenas pela violência do fascínio?
- Sei que o Pai e Jesus e o Espírito desejariam que assim fosse.
- E, se assim fosse, a promessa do fogo devorador ficaria suspensa?
- Não: a violência e o sofrimento que o Teu fascínio provocaria seriam engolidos pelo Teu Encanto.
- E então? Continuas pensando que Me não posso revelar em ti, agora, como Mãe?
- Acabo de escrever que seria a mais louca surpresa da Grande Tribulação.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário