22/6/01 - 4:48
“Deuteronómio catorze, cinco” - é esta a indicação que recebo, depois de ter tentado de várias formas o diálogo. E enterneço-me agora com a fragilidade dos meios que o Céu escolheu para contactar comigo. Também aqui tudo é “pequeno e incapaz”. Nada de invulgar tem o meu caminho, a não ser justamente este milagre de encontrar e conviver com Deus na vulgaridade de uma vida. É o milagre da Fé, tanto mais assombroso quanto maior é a frieza e a aridez em que me movo e que, como é sabido, têm vindo a acentuar-se cada vez mais.
São, no entanto, enormes e incontornáveis os tesouros que por esta via vão ficando assinalados ao longo do caminho que vou desbravando, prontos a abrirem-se à fome e à sede das multidões. Sei, pois, que é um novo tesouro o que vou encontrar em
Dt 14, 5:
“o veado, o cabrito, o gamo, o bode montês, o antílope e o búfalo”.
E julgo ter sido conduzido ao mais adequado texto para ilustrar o que acabo de escrever: não posso ver aqui outra coisa que não seja uma Presença de Deus não só nas coisas vulgares, mas na própria condição concreta em que vive o Seu Povo, por mais rude e cega que seja. Trata-se de um pequeno excerto da grande lista de animais puros e impuros, uma prescrição tão condicionada pelos usos do tempo e da região, que Jesus a ultrapassou sem nenhuma reserva, espantando os Seus contemporâneos, a começar pelos próprios Apóstolos. Deus deixou-Se nitidamente condicionar pela situação concreta do Povo que escolheu para ser a Luz das nações!
- Maria, minha Irmã deste Desterro, diz-me se vi e mostrei com clareza o que Jesus desejou ao trazer-me aquele texto tão estranho.
- Sim. E mais outra coisa te quis mostrar o nosso Príncipe.
- O que foi?
- Que te ama muito.
- Como assim? Em que manifestou Ele agora de maneira especial o Seu Amor?
- Não O sentiste descer à tua condição neste momento?
- A minha condição neste momento é quase de insensibilidade pura.
- Diz o que se está passando neste diálogo.
- Eu estou escrevendo todas as perguntas sem fazer a mínima ideia das respostas.
- Estás então caminhando completamente às cegas…
- Sim, correndo o risco de me não aparecer no espírito resposta nenhuma.
- É essa uma situação vulgar entre as pessoas?
- Vulgaríssima: as pessoas raramente fazem perguntas ao Céu e muito menos ouvem perguntas vindas do Céu.
- E como foi que tu ouviste as Minhas perguntas?
- Apareceram-me assim no espírito e acreditei.
- Chegou até aí a tua Fé?
- Chegou…
- E não viste ainda porque te ama ternamente o nosso Príncipe?
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