A sensação de vácuo, de vazio interior, julgo que acontece a todos nós, às vezes. Mas o Mestre Jesus ensinou-me que o absoluto vazio não existe em lugar nenhum do Universo. Também então dentro de nós o vazio absoluto é impossível. Mas a palavra vaidade é isso mesmo que significa, na sua origem: vazio. Uma doença de que só o Espírito nos consegue libertar.
5/7/96 – 2:01
Desta vez é que não há mesmo nada no meu
coração que eu possa exprimir, a não ser sede. Nem sequer é a sede própria de
um terreno árido; é a sede de um vácuo. Desta vez nem vagueando eu andei: no
meu espírito não havia nada, nem assuntos, nem imagens; só, bem no centro do
ser, este vácuo. E agora? Os minutos passam… Já são 2:58. E ao ver ali os
Sinais de Jesus e de Maria, o vácuo alarga-se. Todo ele é agora uma grande sede
– a sede da ausência…É o contrário de ontem – a plenitude da Presença do meu
Deus Humano. Creio saber que um vácuo assim tende a provocar uma implosão e
todo o invólucro se desfará violentamente.
– Espírito do Senhor, implode em mim, de
modo que todo o invólucro desapareça no meu ser. Eu não queria que houvesse
fora e dentro em mim, mas que eu fosse transparente e toda a minha intimidade
fosses Tu. Deste modo, mesmo transparente, ninguém me poderia esquadrinhar,
banalizando-me, mas quanto mais para o meu interior caminhasse, mais lhe
revelaria a Tua Infinitude. Eu queria revelar Deus, só, sem nada que O
encobrisse ou dificultasse a Sua visão. Sinto que não posso pedir-Te isto, meu
Senhor: nem Jesus assim foi! Havia n’Ele também a carne opaca a envolvê-Lo… Mas
também Ele desejou certamente que fosse assim. Por isso toda a carne se Lhe
fez, na sua disformidade humana, Revelação de Deus. A Sua Voz incendiava, o Seu
Gesto curava, o Seu Olhar arrancava lágrimas aos corações. Ele foi toda a
transparência de Deus possível em carne humana: só a cegueira dos homens
impediu que vissem o próprio Coração de Deus – que és Tu, meu Senhor. Não,
certamente não Te posso pedir tanto. Mas o Teu Jesus disse um dia, profetizando
o nosso tempo: “Vereis prodígios ainda maiores”. E eu não posso deixar de
acreditar nesta Palavra de Deus meu Irmão, o Teu Jesus: eu acredito em tudo o
que Ele disse. É por isso que me atrevo a pedir-Te: faz que cada palavra, cada
gesto, cada olhar meu deixem transparecer o Coração do nosso Pai do Céu, o
Coração do nosso Irmão Deus, Jesus. Deixa que eu Te mostre, límpido, Coração de
Deus e de todas as coisas! Olha, meu Senhor: se eu disse asneira, se eu fui
longe demais, foi por certo justamente devido ao vácuo em que me tornei todo,
cá dentro. Sou, portanto, todo vaidade. Mas por isso mesmo: aproveita agora e
invade-me violentamente, por implosão, reduzindo a poeira todas as paredes do
meu orgulho. Bem hajas por me teres feito ver, por dentro: sou só um vácuo
envolvido por grossas paredes de orgulho. Vem, pois, ser tudo em mim, meu Amor!
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