O
Mestre tinha-me indicado uma pequena passagem do grande Profeta do nosso tempo,
Vassula… Veja-se aqui a Sua originalíssima forma de ensinar.
30/6/96
– 1:14
Jesus continua calado, caminhando. É bem a
expressão do Amor concreto e puro, que sente antes de nós e connosco as nossas
dores. Tenho que Lhe tocar no braço, que Ele parece ter-Se concentrado todo
dentro de Si.
– Olha, Mestre, vamos àquele texto, até para
Te distraíres, para aliviares um pouco a Tua tensão…
– Que foi? Ah, sim… Vamos lá.
– A
frase, Mestre. A segunda.
– A primeira já está?
– A da Noite? Não sei, Mestre. Tu é que
sabes.. Chamaste-lhe Mistério… Provavelmente não está.
– Sim. O Mistério da Noite! Não está. Nunca
está. Mas basta por agora o que nele viste.
– Vamos então agora à segunda?
– Podemos ir, podemos ir.
– Então, Mestre? Como fazemos?
– Ahn? Desculpa…
– Vais tão preocupado, meu doce Amigo… Eu
que Te posso fazer?
– Deixa lá. Isto passa. Vamos à frase.
– E como faço?
– Sintetiza, talvez…
– O Profeta diz que Tu lhe lançaste o Teu
véu sobre os seus olhos para que ele dependesse inteiramente de Ti. Tu tens um
véu, Mestre?
– Tenho.
Jesus sorriu.
– Para quê? Que fazes com ele?
– Ponho-o nos olhos das pessoas.
– Mas isso… Como queres então que elas
gostem de Ti?
– É mesmo para elas gostarem de Mim.
– É para jogar à cabra-cega?
– Isso. Pode ser.
– E qual é a Tua ideia?
– Que elas, não vendo o que se passa à
volta, aprendam a procurar sem ver.
– Mas isso… Os resultados não devem ser
famosos, pois não?
– Pois não. Muitas desistem.
– Porque não mudas de jogo?
– Tenho outros. Mas dão menos resultado
ainda: se as pessoas não deixarem de ver com os olhos, não aprendem a procurar
com o coração.
– Cá está, Mestre! Sempre o coração!
– Pois… Tem que ser.
– Olha, Mestre: e quem diz olhos, diz
ouvidos e diz tacto e diz gosto e diz olfato, não é? A Tua cabra-cega pretende
eliminar os sentidos todos, não é?
– Não, não pretende eliminar; pretende curar
os sentidos todos.
– Mas tem que os “desligar”.
– Sim, tem que começar por aí.
– Como um dos nossos aparelhos eléctricos: é
preciso desligá-lo para o consertar, não é?
– Isso… Pode ser… como os aparelhos, sim.
– Então o aparelho fica inteiramente nas
Tuas Mãos, é isso?
– Se as pessoas fossem aparelhos…
– Ah! Nem desligar-se elas deixam, não é?
– Pois….
– Com um safanãozito…talvez…
– Com safanões, alguns desligam-se, mas
outros ligam-se mais ainda.
– Pobre Mestre! Consertar homens deve ser
horrível!
– Não Me queres ajudar?
– Já sei: tenho que me desligar diante
deles, fico totalmente dependente de Ti, Tu consertas-me, eles vêem-me
consertado e vão querer também ser consertados! É isto?
– É, Meu amorzinho, é.
– Então força, Mestre: desliga, desamarra,
desmancha, faz de conta que tens um brinquedo nas Tuas Mãos! Tal como diz o
Profeta: “…e seja como um brinquedo na Tua Mão poderosa”! Ah, se as pessoas
soubessem o que é ser manipulado pela Tua Mão poderosa! Não sei como fazes:
consertados por Ti, suplantas o brinquedo original.
– Como sabes?
– De vez em quando ligas, para experimentar
e a gente nota… Parece que Te sentimos o Coração na ponta dos dedos: onde
tocas, a peça morta fica carne viva!
– Mas olha: relê a frase seguinte.
– Pois. “E, a partir de então, eu tornei-me
um exílio, por Tua causa”.
– Está zangado Comigo, o Profeta?
– Não, não está. Está apenas constatando uma
realidade.
– Mas parece magoado…
– Não, não está magoado: está só ardendo na
ânsia de que o ligues de vez, no Teu Reino.
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