Aos Olhos de Deus cada um de nós é um Mistério imenso para Ele próprio. Nada,
pois, do que na mensagem seguinte se diz de mim, da afeição com que Jesus me
ama, é exclusivo: eu não sou maior que ninguém: tudo o que Deus faz em nós,
mesmo que nos pareça chocante, é apenas revelar-nos a nossa grandeza divina.
21/6/96
– 9:51
Outra vez desejei que o Mestre me falasse
através da Escritura e instantaneamente ouvi: “Apocalipse”. Passado um
instante, foi-me dito: “nove, treze”. E passado outro pequeno instante ouvi:
“…e catorze”. Perguntei, num impulso veloz como a luz, se não era mais nenhum
versículo, se não seria o quinze também e, ao jeito de um bloqueio, foi-me
comunicado que não, que eram só aqueles dois versículos.
– Mestre, diz-me porque relato eu isto.
– Porque não havias de relatar?
– Porque pode tornar-se enfadonho.
– Para quem?
– Para quem ler estas páginas.
– E não sabes que os que lerem estas
palavras são todos diferentes de ti?
– Por isso mesmo: não será isto expressão de
acontecimento e expressão de paisagem interior minha que nada tem a ver com os
outros?
– Eu nada tenho a ver com os outros?
– Tu?
– Porque te esqueces que cada uma destas
letras é Minha?
– Então o que de mim mostras….
– São caminhos para todos e cada um dos
homens. Não queres ser os Meus caminhos?
– Tu sabes que quero, Mestre. E posso ser assim tantos caminhos?
– Não Me
pediste para seres tudo o que Eu quiser, nas Minhas Mãos?
– Mestre, eu queria fazer-Te outra
pergunta….
– Então porque não fazes?
– Tenho receio de ser tentado pela simples
curiosidade.
– Não te prometi que nestes Diálogos nada
poisa que desoriente os homens teus irmãos? Não sabes que a tua Mãe protege
estes Escritos? Não sabes que o teu anjo Simão te assiste nas perguntas que
fazes e te guarda frente ao Tentador? Não sabes que o Meu Espírito está
restaurando todas as tuas células e é todo o teu coração? Faz a tua pergunta:
ela é a pergunta de muitos irmãos teus.
– A pergunta é esta: porque me não deste a
citação de uma só vez, mas, embora próximos, em três momentos diferentes?
– Porque ainda não és todo Luz, como nenhum
dos teus irmãos que isto lerem é todo Luz ainda: é preciso que para todos esses
sejas também caminho Meu, não te importas?
– Assim vivendo nesta intermitência de Luz?
– Assim procurando-Me entre fibras vivas e
mortas do seu corpo. Não te importas?
– Oh, Jesus! Sê tudo. Tudo o que quiseres
para curar a vista e o ouvido e o coração – o meu e o dos meus irmãos! Não me
deixes é impedir-Te de seres em mim o caminho que quiseres, para quem quiseres
– para o que me ama e me odeia e me é indiferente, para os Teus amigos também,
para os que Te odeiam, para aqueles que ao cruzarem-se Contigo Te olham com
indiferença como se fosses um deles sem nada de novo para lhes dizer, esses que
mais que todos os Teus inimigos Te devem ferir. Sê em mim também caminho para
esses, Jesus: diz-lhes que num versículo aparentemente aleatório, em impulsos
quase imperceptíveis, aparentemente desconexos, Tu lhes estás abrindo a porta
para a Tua radical Novidade. Sê em mim caminho
até para aqueles que Te não conhecem, que nunca na sua vida ouviram sequer
falar de Ti: faz-te Deus-Próximo, de tal maneira que choquem Contigo e se
espantem ao ver-Te num qualquer caminho, de asfalto, ao volante de um
automóvel, ou de lama e detritos, na cloaca de qualquer cidade… Jesus! Que
disse eu? É pedir demais, é sonhar-me demasiadas coisas, eu sei, mas eu creio
que Tu podes, se quiseres, fazer de mim em cada instante uma coisa diferente,
multiplicando indefinidamente os elementos todos de todos os meus sonhos e
realizando-os.
– Estás cansado de escrever sonhos aqui
nestas folhas, não estás, Meu querido sonhador?
– E de sonhar a vida inteira, Tu sabes, meu
querido Senhor, Tu viste todas as paisagens que eu imaginei até este momento.
Paisagens feias, algumas. E viste também como os meus semelhantes me gozaram e
me abandonaram sempre que os convidei a sonhar comigo.
– E também sei daqueles que no fundo do
coração te amam por teres continuado a sonhar e de como têm pena de não terem
também persistido nos seus sonhos.
– Sim, Jesus, tu foste formidável ao
pores-Te sempre do meu lado quando toda a gente me abandonava. Devo-Te a Ti só
o ter chegado até aqui com esta mania de sonhar intacta.
– Olha o Pai: foi Ele que ta deu, essa
mania. Desde toda a eternidade te sonhou sonhador e te deu o Dom de acreditar
em sonhos.
– Sim, Jesus, por isso eu não estou cansado:
posso sonhar e escrever aqui todos os sonhos que Tu quiseres. Só quero que me
dês sonhos bons, que o Intrometido não meta bedelho em nenhum dos sonhos que me
deres a sonhar.
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