Sem o “Pó da Terra” ou sem o “Sopro da Vida”, não haveria simplesmente
Homem – assim me diz muitas vezes Jesus, nestes Diálogos. É, portanto,
intrinsecamente necessário ao Homem o pó da terra, ou carne, ou corpo – a sua
materialidade, enfim. E Deus? Será Ele concebível sem a dimensão material?
1/7/96 – 3:35
– Quando me vens libertar das palavras,
Mestre?
– Regista essa sensação.
– Impotência para escrever a Tua resposta.
– Que toda a gente conhece, não é?
– Tu estás sempre para além do que toda a
gente conhece.
– Que estás sentindo agora?
– Um impulso muito forte, de afeição por Vós
os Dois – Tu e a Senhora.
– Prazer?
– Como queres que diga com estas palavras
que tenho?
– Com outras muito menos, porque ninguém te
entenderia. Diz com as palavras que tens: foi Prazer o que sentiste?
– Acho que sim.
– Diz com outras palavras.
– Uma onda de felicidade dentro de mim.
– Felicidade física?
– Sim, sim. Acho que para nós, homens, não
há felicidade que não seja física.
– Porquê?
– Porque somos inconcebíveis sem corpo.
– “Para nós, homens” – disseste tu. E para
Deus?
– Para Deus também não há felicidade que não
seja física.
– Ah sim? Porquê?
– Porque Deus é inconcebível sem Corpo!
Senti que todo o Céu se levantou, num imenso
clamor. Como se todo ele aqui tivesse estado, a assistir a este diálogo, tenso,
à espera daquele desfecho: “Deus é inconcebível sem Corpo”. Senti que Jesus
ficou muito feliz: olhou o Seu Pai, depois a Sua Mãe, perante o clamor de
alegria de todo o Céu. Todos olham agora especialmente a Senhora e vê-se que
Ela é agora o Encanto do Pai e de Jesus e de todos os anjos e santos. Como se
todo o Céu Lhe agradecesse o ter-Lhe dado Jesus, o Deus-com-Corpo, a Maravilha
Suprema revelada a toda a criatura. É indizível o Encanto desta Rainha, que eu
vejo frágil, diria que tem dezoito anos, está de pé, não sei que vestido tem,
mas é muito lindo, a atitude, sobretudo a expressão do rosto, é de enleio e
acanhamento, mas nada de definido Lhe distingo no rosto, porque o Seu Encanto
me encandeia.
E este Encanto da Senhora, o Encanto todo
deste Céu aqui reunido costumamos chamá-lo nós Espírito Santo!
Até tenho receio de chamar de novo Jesus ao
diálogo…. Ele está ali tão feliz!… Não, não consigo incomodá-Lo agora. Parece
que não tem olhos para mais ninguém senão para a Sua Rainha e o Seu Olhar é de
puro agradecimento. Um cântico se eleva agora de todo o Céu, feito não sei de
quê, mas tem Ternura e é fundo e é suave e é portentoso como se viesse do
Universo inteiro.
Porque Deus é inconcebível sem Corpo!
Não, não vou chamar o Mestre agora para me
explicar tudo o resto que eu queria saber. Mas o Espírito, este Permanente
Milagre de Deus, está lá como se não estivesse aqui e está aqui como se não
estivesse lá. E é Ele que me diz que este júbilo dos santos no Céu se deve
também à esperança da Ressurreição dos seus corpos, que se avizinha. E diz-me
que os anjos cantam o desejo de ter corpo. E que a grande raiva do Diabo é
justamente por não ter corpo e foi por isso que ele me dificultou quanto pôde a
fixação deste texto.
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