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Uma notícia de jornal fala numa assustadora percentagem de toxicodependentes num dos bairros do Porto. Ao lermos esta notícia, sentimos estar contemplando o vale dos leprosos, no tempo de Jesus, uma vez que estes nossos irmãos, são, quase todos, portadores de doenças contagiosas. E - quem diria? - incuráveis, desafiando o orgulho da nossa ciência. Mas há uma diferença dos nossos leprosos para os do tempo de Jesus: estes não procuraram as condições em que contraíram a sua doença, ao passo que os nossos doentes procuram com sofreguidão aquele estado que os torna então vulneráveis a toda a espécie de males, desde a doença no seu próprio corpo, até ao desarranjo do seu espírito, tornando-o permeável a toda a espécie de violência sobre si próprios e sobre os outros.
Parece uma voragem imparável o mal do nosso mundo. E não uma voragem a que procuramos fugir, mas uma voragem sedutora, que diabolicamente nos enreda e nos suga para o abismo. É um produto das nossas mãos aquilo que nos seduz para o Vale da Morte, chame-se-lhe tabaco, chame-se-lhe álcool, chame-se-lhe haxixe ou ecstasy, ou heroína, ou simplesmente Droga. Parece um deus! Um deus que se compra com Dinheiro! Dinheiro que está hoje ao alcance dos nossos filhos, desde tenra idade, ou porque lho damos, ou porque facilmente no-lo roubam, por ser muito. Há hoje uma enorme abundância de dinheiro. Dinheiro faz dinheiro - dizemos nós. Com dinheiro tudo se compra! Toda a nossa felicidade é hoje uma felicidade comprada. Com dinheiro.
Foi aqui que nos conduziu Satanás. Ele conseguiu fazer da Lepra uma sedução irresistível! Agora até para nos amarmos precisamos de nos proteger, porque o Amor, de pura Sedução libertadora que era, passou a ser uma sedução mortífera. Até no nosso amor circula já o universal veneno. Agora sim! - berra Satanás, louco, alçado no meio da sua Cidade - Agora todo o mundo me pertence! Agora falta só que o próprio Santuário de Deus na terra abençoe a minha Cidade! - remata ele de olhos esbraseados, todo o corpo tremendo de sofreguidão.
Uma das minhas filhas trabalha com crianças naquele bairro do Porto. Mas todas as minhas quatro filhas, ainda jovens, vivem a euforia do fácil, da abundância envenenada desta autêntica criação de Satanás em que todos colaborámos. Atinge-me isto, pois, também a mim, directamente. Julgo estar a fazer aquilo que posso para revelar a estes meus mais próximos aquilo que Jesus me mostrou ao deixar-me ver o mundo com os Seus Olhos. Os resultados não me pertence a mim calendarizá-los. Só espero, tenso, a Avalanche de Deus!
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