14/7/00 — 2:22
Se algum homem da Lei, enviado pela Instituição eclesiástica para me interrogar sobre esta Profecia, me pedir que lhe defina conceitos, eu responderei que não há aqui nenhum conceito a definir, que nem sequer há aqui um único conceito. Se ele insistir, a minha resposta será o silêncio.
Que ele espere pelos frutos, se para isso tiver paciência.
As igrejas não têm hoje mais paciência para esperar pelos frutos: quando em algum lado surge um novo rebento, confrontam-no logo com as plantas do seu quintal, que têm minuciosamente catalogadas e sistematizadas, tudo inteiramente sob controle; se a nova planta não trouxer as características das que estão no catálogo, logo a declaram erva daninha. Se tiver nascido dentro dos muros do próprio quintal, arrancam-na logo; se tiver nascido fora, tomam todas as precauções para que alguém, ou até o próprio vento, se não lembre de levar para dentro da respectiva propriedade a semente daninha. Aliás as plantas catalogadas sofreram já várias podas e enxertos, de modo a ocuparem o exacto espaço que convém ao proprietário e a adquirirem aquele sabor nos frutos que entretanto o gosto da moda foi consagrando através dos tempos. Foi assim que declararam: tudo já está na Bíblia; já está tudo revelado. É claro que cada uma fez a Bíblia dizer o que lhe convinha, segundo o gosto da moda e o espaço no quintal.
— Jesus, desculpa tratar assim a Tua Igreja…
— E porque a trataste assim?
— Porque me dói muito o que ela fez de Ti.
— Que fez ela de Mim?
— Retalhou-Te o Corpo e, como se se tivesse dividido em várias quadrilhas de ladrões, apropriou-se cada uma do seu pedaço e deu-lhe a forma e o uso que quis.
— Não será um exagero, isso que dizes?
— Esta foi a visão que se me foi formando à medida que Te deste a conhecer ao meu coração espantado.
— Mas tu sempre viste defeitos na Igreja…
— Pois vi. Mas julguei que era uma questão de se ir purificando lentamente.
— E como? Agora já te não parece possível purificar a Igreja?
— Não: agora ela tem que se deixar morrer simplesmente. Agora só renascendo.
— Olha que ao longo da História houve, como tu sabes, pregadores que disseram da Minha Igreja coisas tanto ou mais graves do que tu acabas de dizer. Eles chegaram a afirmar que ela é o Anticristo! E quiseram começar tudo de novo…
— É verdade, Mestre. E o que fizeram foi cortar mais um pedaço do Teu Corpo, fugindo com ele para o seu buraco…
— Contigo não será igual?
— Eu posso sempre tornar-me Lúcifer. Ele até era o Mensageiro da Tua Luz!… Mas tenho-Te pedido tanto que me não deixes cair em nenhuma tentação… E creio tanto em que Tu ouves os pedidos bons que Te faço…
— Como farás então agora, para que não surja uma outra igreja, ao lado das que já existem?
— Faço como Tu hoje me ensinaste: nunca definirei nenhum conceito.
— E isso evita que surja outra igreja?
— Evita: eu não oferecerei às pessoas nada de que elas se possam apropriar. A todos os que vierem ter comigo eu lhes direi apenas que se deixem apaixonar por Ti.
— Não lhes dirás mais nada?
— Não: eles depois farão tudo e apenas o que Tu lhes pedires que façam.
— Não deixarás assim as pessoas frustradas e confusas? Não lhes darás ao menos alguma indicação?
— Nem isso será preciso: se eu me mantiver no Teu Amor, as pessoas que vierem ter comigo é porque andam à procura de Ti. Por isso já nessa altura lhes terás aberto os olhos do coração. E é quanto basta: elas hão-de encontrar junto de Ti os seus Sinais orientadores, como aconteceu comigo.
— E será essa tua atitude suficiente para governares o Meu povo, conforme te tenho pedido?
— Em cada momento Te procurarei ouvir, como até agora, esperando as Tuas Orientações. Mas conceitos é que eu não definirei nenhum. Uma doutrina é que eu nunca estabelecerei. E leis hei-de varrê-las de todo o lado onde as encontrar, a não ser que em algum caso outra coisa me peças.
São 4:32.
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