– 11:47:01
É espantosa em Deus a capacidade de perdoar.
Ele vai até onde for necessário para não interferir na nossa Liberdade. Avisa
sem desfalecer, até ao fim, mas não interfere, contrariando a nossa vontade,
mesmo que em perspectiva esteja o pior dos crimes! Parece até absurdo e
tremendamente injusto este comportamento de Deus. A segunda guerra mundial por
exemplo. Milhões de pessoas assassinadas. Um horroroso sofrimento. Quem sustém
a Mão de Deus, num caso destes? Que se passa no Seu Coração para que Ele não solte
a Sua Justiça, para que trave a Sua Omnipotência, se todos aqueles são Seus
filhos, que Ele ama mais do que qualquer pai, de que qualquer mãe? Sabendo que
toda aquela Dor é fruto de um crime contra Si próprio, porque não castiga,
porque não Se vinga, porque perdoa até este ponto?
Não interferir sem que seja chamado a
fazê-lo, nunca, nunca, por mais que o Seu coração se despedace de dor é, em
Deus, o cúmulo do Perdão, segundo neste momento estou vendo. Pelo Pecado, nós
interferimos na Vida de Deus, destruindo-Lhe o Seu grande Sonho. Mas Ele não
interferiu minimamente na nossa vida ao deixar-nos realizar o nosso Projecto –
o nosso grande Sonho! – apesar de desde o início estar vendo o Rio da nossa Dor
engrossando sempre mais! Não vejo onde mais esteja escancarado o Perdão de
Deus. Ele contrapôs ao nosso Crime este absoluto Respeito para com a nossa
Liberdade. Na Cruz, Ele morre para não violar este Respeito. Respeito – dizemos
nós. Esta palavra fria tornou-se, na Cruz, o mais incendiado Amor. Por isso o Espírito
não interfere nas minhas dispersões, porque o Corpo a que pertenço perdeu a
noção de Unidade e não quis ainda
reencontrá-la. Mas ele espera que queira. Até hoje nunca desistiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário